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Comerciantes temem novos prejuízos com obras do BRT na Grande Cuiabá

Comerciantes da Avenida da Prainha e da FEB, em Cuiabá e Várzea Grande temem por novos prejuízos devido à implantação do ônibus de trânsito rápido (BRT). De acordo com os lojistas, eles não foram informados sobre o que será feito a partir da retirada dos trilhos do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

O VLT foi projetado para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil e foi marcado pela corrupção e entraves judiciais. A obra paralisada possui 22 quilômetros de extensão entre Cuiabá e Várzea Grande.

Em dezembro de 2014, as obras foram interrompidas. Em 2018, o governo do estado rompeu o contrato com o consórcio VLT e, depois, decidiu substituir o modal pelo BRT. Em dezembro do ano passado, o governo começou a retirar as estruturas que serviriam de suporte para o VLT em Várzea Grande.

O Consórcio BRT informou por meio de nota que as estruturas do VLT foram totalmente removidas e que agora é possível iniciar as obras de implantação do novo modal. Disse ainda que atividades preliminares, que não foram especificadas pela assessoria, devem começar em abril.

Segundo o Consórcio BRT, a licitação que originou o contrato com o estado possui ante projeto contemplando os dois municípios e, que em Várzea Grande, foram feitos levantamentos, mas o projeto não foi concluído.

O empresário Ivan Moura tem uma loja de peças na Avenida da FEB e disse que durante as obras do VLT, foi um período difícil para as vendas.

"Foi bem difícil porque não tinha acesso. Fomos muito prejudicados, alguns lojistas foram embora, fecharam e perderam a capacidade de trabalhar", disse.

Em Cuiabá, a empresária Dilma Galeão teve o imóvel desapropriado. Atualmente o local está abandonado e ela contou que, até o momento, não recebeu indenização.

"Era uma loja de utilidades. Eu tinha uma escola de arte e uma loja de roupas em cima, então eram três comércios dentro de um imóvel. Gastamos muito dinheiro fazendo um laudo exigido pela antiga Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) que tinha que ter contadores e peritos. Tudo que eles pediram nós entregamos e o retorno não veio", contou.

A responsabilidade de fazer o projeto de desocupação de imóveis é do consórcio, segundo a empresa, mas que as negociações com os ocupantes devem ser feitas pelo contratante, ou seja, pelo governo do estado.

A Secretaria de Insfraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra-MT), disse que não há previsão de desapropriações para fazer o nivelamento da pista em Várzea Grande, mas que o projeto de desapropriações da obra toda ainda será finalizado.

O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop), Anderson Uliana Rolim, disse que a falta de estudos e projetos concluídos, colocam o resultado de obras como o BRT, em risco.

"Temos milhares de obras paralisadas pelo Brasil a fora e isso se dá basicamente por conta da dificuldade que a gente tem no Brasil de implementar a cultura do planejamento. As obras, infraestruturas e investimentos são definidos sem que passe pelos estudos preliminares necessários", disse.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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