Queridos por muitos, mas ainda vítimas da ignorância de alguns, os gatos pretos infelizmente estão entre os animais que mais demoram a encontrar um lar no Brasil (isso quando não passam a vida toda esperando por uma família que nunca chega).
Em um levantamento feito pelo Grupo Petlove com 18 ONGs de proteção animal entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, constatamos que 21% dos animais que estão disponíveis pra adoção são gatos pretos.
De acordo com grande parte das instituições que ouvimos, é comum que as pessoas tenham preconceito com pets de coloração mais escura, fazendo com que esses tenham menos chance de terem uma vida digna, com amor e cuidados de uma família.
Além disso, não é raro que esses pets sejam resgatados em condições de maus tratos, vítimas da crueldade humana e de práticas religiosas que utilizam do sacrifício de animais – algo que constitucionalmente não é proibido.
Para o Supremo Tribunal Federal, o STF, o sacrifício de animais em cultos de matriz africana está de acordo com a liberdade religiosa, desde que os atos não sejam de extrema crueldade. Porém, as sequelas dessas práticas naqueles que sobrevivem fazem com que sejam ainda menores as chances de serem escolhidos.
Ainda segundo os participantes, não somente os gatinhos pretos têm dificuldade em serem adotados, mas também aqueles do tipo “escaminha” (fêmeas de pelagem mesclada de preto com dourado), tigrados de tons escuros e “frajolas” ou “vaquinhas” (de pelo preto e branco).
Em contrapartida, gatinhos saudáveis, jovens, clarinhos, de olhos azuis ou com características típicas de algumas raças (como os do tipo siamês) são os mais procurados.
Pensando na vasta gama de cores que os gatos podem apresentar, indo desde os tons sólidos até os tigrados e mesclados, sabermos que 21% dos animais sem lar, sob os cuidados de ONGs, são totalmente pretos mostra o quanto realmente eles costumam ser preteridos.