Entre janeiro e novembro de 2022, Mato Grosso exportou mais de 1,1 milhão de toneladas de algodão, sendo a China o principal destino, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia e Agropecuária (Imea). Conforme a projeção, a área plantada com a cultura para a safra de 2022/23 será a mesma da última temporada.
Ao todo, são 133 algodoeiras ativas no estado, segundo a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). Uma delas está em Campo Verde, a 139 km de Cuiabá, e o gerente da propriedade, Gilmar Delibares, mostra como funciona o processo de produção desse cultivo.
De acordo com ele, a algodoeira conta com 70 hectares de área para armazenar e beneficiar o algodão que recebe do produtor. O local ainda tem um espaço destinado ao armazenamento da pluma.
“Nós recebemos em torno de 1,2 mil toneladas de algodão de caroço por dia e, a indústria, processa cerca de 850 toneladas disso, nesse mesmo período. Para atender a demanda em épocas de safra, nossa equipe chega a ter 130 funcionários”, disse.
Ainda de acordo ele, o algodão pode permanecer no pátio por cerca de 60 dias, desde que o espaço seja bem compactado, organizado e próprio para o armazenamento.
“A segurança não pode ficar de fora, porque o produtor leva seis meses para plantar e colher, então depois que ele está aqui dentro, ele tem que continuar seguro. Hoje nós contamos com seis reservatórios de água, que totaliza em torno de 7,5 milhões de litros de água, disponível para qualquer evento”, explicou.
O processo de conferência e pesagem começa assim que o caminhão chega na algodoeira, onde os fardos de algodão são etiquetados, para poder determinar em qual local do pátio será colocado.
Assim que armazenado, ele vai para o beneficiamento. Na primeira máquina dentro da indústria, o algodão será desmanchado para ficar pronto para ser feito o processamento. Ele passa pelo secador apenas quando é necessário.
Depois o cultivo é enviado para a máquina de pré-limpeza, onde a sujeira fina e grossa é retirada. Em seguida, ele vai para o descaroçador para a fibra ser separada do algodão. Por fim, depois de mais duas passadas na máquina de limpeza, a pluma será prensada, embalada, amarrada e etiquetada.
No processo, a fibrilia, que é o subproduto do algodão, é separada para ser utilizada na produção de panos de prato, de chão e também para exportação.