As obras do artista plástico e desenhista mato-grossense, Adir Sodré, despertaram olhares de estudiosos na área cultural, durante evento realizado pela MT Projetos de Arte, no Paço Imperial- Rio de Janeiro, no fim de semana (22 e 23). A Prefeitura de Cuiabá por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer mantém parceria em eventos que valorizam e incentivam os artistas regionais. “A Secretaria de Cultura de Cuiabá apoia eventos que promovam a valorização dos artistas regionais. Adir Sodré foi um dos mais conhecidos e renomados da área na capital. A gestão Emanuel Pinheiro tem como premissa o incentivo da cultura. Estamos trabalhando com esse intuito, por isso a parceria com diversas entidades”, disse o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Aluízio Leite.
Com o tema “Arte aqui é mato: outras centralidades na produção brasileira”, a crítica de arte Aline Figueiredo, curadora associada à Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Aline Figueiredo abordou sobre a importância de Adir Sodré para a consolidação de Cuiabá e do Centro-Oeste brasileiro como polo de experimentação estético-política contemporânea, em mesa redonda que contou com a participação de diversas personalidades culturais. O encontro foi mediado pelo Guilherme Altmayer é professor e pesquisador em Teoria, História e Crítica pelo Departamento de Integração Cultural da ESDI/UERJ; e co-curador da presente mostra no Paço Imperial. coordenação do MT Projetos de Arte e apoio da Prefeitura Municipal de Cuiabá.
Além do debate, ocorreu também uma exposição "Podre de chique: uma retrospectiva extraordinária de Adir Sodré" com obras inéditas ao público produzidas pelo artista. A mostra reuniu trabalhos presentes em diversas coleções brasileiras que, desde cedo, reconheceram a importância deste artista: "A exposição retrospectiva de Adir Sodré, nos permitiu dimensionar a relevância de sua obra, pois os temas por ele tratados há mais de três décadas ainda permanecem extremamente atuais e estão nas manchetes. A defesa ambiental, a crítica ao poder político, o perfil ainda elitista do sistema de arte e as questões referentes à sexualidade. Adir tratava com muita elegância e contundência tudo isso", afirma Margareth Telles, fundadora do MT Projetos de Arte, idealizadora da exposição.
Adir Sodré
Adir Sodré nasceu, em 1962, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, mas passou quase toda a vida na capital. Ao som de artistas como a berlinense Nina Hagen e a sul-mato-grossense Tetê Espíndola, Adir pintou, freneticamente, por mais de quarenta anos. Sua produção aborda temas relacionados à cultura regional e defesa ambiental e dos povos indígenas. Além de celebridades espetaculares, transformistas icônicas, milicos e cânones. Além, é claro, dos ímpetos desejantes de liberdade de gêneros e sexualidades; com Picassos e Matisses, Tarsilas e Divines, como pano de fundo para extravagantes ficções. O artista expôs nos Museus de Arte Moderna de Paris, Nova Iorque, Rio e São Paulo. Está presente no acervo de grandes museus nacionais e internacionais. Faleceu em 2020, aos 58 anos.