A decisão do BC (Banco Central) de elevar a taxa básica de juros ao patamar de 13,75% ao ano, o maior nível desde o fim de 2016, pode ter encerrado o ciclo de altas da Selic iniciado em março do ano passado, de acordo com expectativas apresentadas pelo mercado financeiro.
A aposta de que o novo patamar é o terminal já é indicada pelos analistas consultados semanalmente pelo BC há sete semanas. No entanto, comunicado apresentado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) ao elevar a taxa básica em 0,5 ponto percentual na semana passada deixa a possibilidade de uma nova alta em aberto.
"O comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião. O Copom enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas", ressalta o documento.
Aumentar a taxa de juros funciona como um instrumento de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Os analistas também divulgaram suas expectativas para a Selic para os próximos anos, com a aposta de uma suavização da taxa. Para 2023, 2024 e 2025, as apostas foram mantidas em, respectivamente, 11% ao ano, 8% ao ano e 7,5% ao ano.