A pandemia do novo coronavírus despertou uma crise sanitária e econômica no mundo todo. Diferentes segmentos foram impactados com o “novo normal” e tiveram que se reinventar para continuar existindo no mercado. E grande parte desse processo de reinvenção levou muitas pessoas para o mundo digital, inclusive no Brasil.
Foi nesse contexto que startups com foco no atendimento à domicílio e ou serviços online superaram as expectativas de faturamento. Matérias publicadas em veículos especializados apontam que só no último ano, algumas companhias alcançaram a avaliação de US$ 1 bilhão tornando-se novos unicórnios, além da quebra de recordes em investimentos de risco. No Brasil a marca chegou a algo próximo de US$ 10 bilhões, em aportes.
Segundo informações da Sling Hub, a maior plataforma de inteligência de dados sobre o ecossistema de startups latino-americanas, em 2021 os investimentos em empreendimentos brasileiros cresceram aproximadamente 200% em relação ao ano anterior.
Esse “oceano azul” é uma realidade para todos os negócios?
Para o especialista em empreendedorismo, Paulo Lemes, o cenário sempre será otimista para as startups que conseguem testar, corrigir, implementar e performar rapidamente no mercado que desejam atuar, resolvendo problemas relevantes. “As startups que são testadas e aprovadas, que mesmo necessitando de caixa para crescerem conseguem gerar esse caixa rapidamente, conseguirão ascender e se desenvolver de forma progressiva e exponencial mais rápida. Essas startups certamente não terão problemas para se sustentarem no mercado. Mas, se o conceito não está validado, o problema que ela se propõe a resolver é pouco relevante ou ainda exista a necessidade de um alto consumo de caixa, dificilmente a empresa vai sobreviver”, explica.
Lemes comenta ainda que o crescimento autônomo da empresa é o seu maior desafio, seja desde a sua criação ou para se sustentar no mercado. “Quando uma Startup sem dinheiro consegue gerar caixa e lucrar, qualquer investimento financeiro que for feito nela tende a ser potencializado. Diferente de quando uma empresa, mesmo recebendo recursos, não consegue dar lucro”, enfatiza.
Segundo o especialista, que também é CEO do segmento de meios de pagamentos, existia um fluxo financeiro gigante que parecia infinito para negócios não performados, com alto potencial de crescimento, mas que precisavam de muito investimento. Porém, conforme ele aponta, isso mudou e essas empresas terão grandes problemas para conseguir mais recursos externos.
“Com o dinheiro mais escasso no mundo inteiro, juros americanos pagando mais e várias opções de ativos com melhor liquidez e segurança, o investidor não estava mais disposto a colocar dinheiro em empresas com dificuldade de gerar caixa rápido e se manterem sozinhas”.
Oportunidades ainda para este ano
O projeto da Sharjah Research, Technology and Innovation Park (SRTIP), divulgou, recentemente, que está em busca de projetos inovadores brasileiros que estejam necessitando de mentoria e recursos. Os selecionados serão inseridos na rica economia do Oriente Médio, que busca novos eixos de crescimento econômico e social.
Para se candidatar, é importante que as startups apresentem iniciativas ligadas a tecnologias da água, energéticas, design, arquitetura, transporte e logística, soluções de digitalização, análise ambiental ou economia sustentável.