O ex-secretário de Ciências e Tecnologia e Inovação de Mato Grosso (Seciteci), Nilton Borgatto (PSD) e o lobista Rowles Magalhães são alvos da Operação Descobrimento, desencadeada pela Polícia Federal nesta terça-feira (19), contra o tráfico de cocaína para Portugal.
Segundo informações preliminares, Nilton Borgatto já foi preso em seu prédio de luxo na região central da Capital e o lobista teve mandado de busca e apreensão cumprido em seu apartamento, em Cuiabá.
O ex-secretário foi titular da Seciteci entre 2019 e março deste ano. Deixou a pasta para ser candidato a deputado federal nas eleições de outubro, também foi prefeito de Glória D'Oeste, cidade que está localizada na faixa de fronteira com a Bolívia.
Ao todo, a Operação Descobrimento cumpre 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpre três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.
Avião do lobista
As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador/BA para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
A droga era transportada no avião de uma empresa privada ligada ao lobista Rowles Magalhães Pereira da Silva, que ficou conhecido por denunciar um esquema de propinas nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Na época, a defesa do lobista afirmou que a empresa de Portugal ainda não pertencia a Rowles. Segundo a defesa, a negociação ainda estava com contrato de intenções.
A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).