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Quantos anos vive um Border Collie?

Quantos anos vive um Border Collie? Uma média de quinze anos, foi o que apareceu na tela do computador quando fiz a pesquisa que antecederia a chegada da Zoé à minha casa. Se me perguntassem tudo o que eu queria fazer neste intervalo de tempo, certamente diria “Ah, não sei, falta muito!”, mas ao segurar uma bolinha de pelos com rabinho saltitante, tive a sensação de que o tempo tinha perdido sua abstração e se tornado palpável: quinze anos, valendo!

 

Obviamente, sabia que expectativas de vida não garantiam nada, nem anos a mais nem anos a menos. Ainda assim – e talvez pela segunda possibilidade -, liguei para uma tia aos prantos, inconformada porque “quinze anos é pouco tempo!”. Ela, que convive com cães desde a minha infância, disse que entendia cada lágrima de antecipação, mas não fez muito arrodeio: são quinze anos de vida, então use-os para viver.

Engoli o choro ao mesmo tempo em que me lembrava de que minha cachorra e eu fazíamos aniversário no mesmo dia e que, agora, tínhamos um marcador de tempo em comum. Já não conseguia – e nem consigo – mais dizer se é muito ou pouco, mas naquele dia eu entendi que tinha – assim espero – quinze anos para compartilhar a vida e os aniversários com alguém que corre pela casa – e pela rua – abanando o rabinho. 

Quinze anos, use-os para viver. Acordo todos os dias com essa frase na cabeça e, escrevendo isso agora, vejo que não há como ter um cão e não aprender sobre urgências.

Acordar cedo para caminhar e ver o mundo lá fora deixa de ser chato ou penoso. Pular ondas no mar fora do réveillon, sem se preocupar com o que as pessoas vão pensar, passa a ser muito divertido. Correr atrás de bolinhas  – ou para protegê-las – rende gargalhadas incríveis. Perceber que a grama é mais que parte de um simples caminho abre muitas possibilidades. Parar tudo o que está fazendo para contemplar a chuva pode ser a coisa mais importante e mais bonita do seu dia. Já diria Marisa Monte: “Despreocupa-se e pensa no essencial”.

Quinze anos. Pode ser mais, pode ser menos. Nunca se sabe. O essencial é viver. 

E não, não é viver cercado de cartilhas e imposições sobre os mais variados assuntos, pois isso existe aos montes. É viver do que é urgente para você e para o seu cão. O tempo está valendo, acelera e pede pressa.

Quinze anos. Às vezes, ainda durmo chorando por achar pouco, mas sempre acordo me lembrando de tudo o que posso viver para ser muito. Vai saber…

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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