Incomodados com a possível desistência de Jaques Wagner (PT) de concorrer ao governo da Bahia para abrir caminho à candidatura de Otto Alencar (PSD), lideranças estaduais do PT têm criticado o tratamento que a direção da sigla dá à Bahia na comparação com São Paulo.
A manobra de Wagner, com aval de Lula, faz parte de tentativa de atrair o partido de Gilberto Kassab para a base do ex-presidente no primeiro turno da eleição presidencial.
"O PT é um partido centrado em São Paulo", diz o deputado federal Jorge Solla. "O PT nunca priorizou a Bahia. É o quarto maior colégio eleitoral e o primeiro na diferença de votos a favor do partido", completa.
A crítica de Solla tem sido repetida por outros parlamentares do PT baiano.
Em São Paulo, o PT tem dito que não abre mão da candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad ao governo do estado, o que tem travado as articulações nacionais com o PSB, já que o ex-governador Márcio França também afirma que não desistirá.
Wagner anunciou nesta quinta-feira (24) em reunião com deputados federais e estaduais do PT que não quer ser candidato -seu mandato no Senado vai até fevereiro de 2027. Dias antes, ele já havia anunciado sua decisão ao ex-presidente Lula.
O senador petista se viu obrigado a desistir da candidatura ao governo depois que o governador Rui Costa manifestou o desejo de concorrer ao Senado no lugar que estava destinado a Otto. Ao perceber que Rui Costa se opunha a sua candidatura, Wagner disse a Lula que não teria condições de disputar sem apoio do governador de seu próprio partido.
Os petistas convocaram uma plenária para a próxima segunda-feira (28) na qual devem reunir deputados, prefeitos, vereadores e líderes do partido para reafirmar o apoio ao nome de Jaques Wagner.