Quase nada sei de economia pública, mal-mal cuido dos gastos pessoais e das empresas da família. Mas esse desconhecimento não me impediu de arrepiar com algumas declarações recentes do nosso provável futuro Presidente da República.
O senso comum nos diz que endividamento não é uma coisa boa. Somente torna-se tolerável se embutir alguma expectativa de melhora econômica ou de bem-estar social, desde que, esse último, seja possível e sustentável. Não se pode gastar o que não tem, pensando que é fácil empurrar a conta com a barriga sem consequências.
Mas o Lula diz que precisamos aumentar o endividamento público para melhorar a condição das pessoas, mesmo que – ele afirma – seja necessário romper o teto dos gastos da nação. Não custa lembrar que este teto foi aprovado no Congresso justamente para coibir – ou diminuir – a festança que sempre houve com dinheiro da viúva.
Mas, se você que está lendo este texto, ainda não ficou com medo do futuro governo petista, saiba que o Luiz Inácio quer rever as poucas privatizações que foram feitas e voltar as empresas para a administração do Estado, que segundo ele, é muito mais eficiente que a iniciativa privada.
Tem mais: sabe aquela reforma trabalhista que foi feita no governo Temer, tirando o poder dos sindicatos e acabando com o imposto sindical obrigatório? O Lula diz que vai melar o jogo, para fortalecer novamente os sindicalistas. Aqueles mesmos ex-colegas do metalúrgico que vivem na ociosidade, contando com a contribuição dos trabalhadores, enquanto tomam cachaça (ou uísque) no boteco, tal qual o ex-presidente fazia.
Claro que estas coisas ele não pode fazer sozinho porque precisam passar pela Câmara e pelo Senado, mas não duvidem que ele conseguirá com muito mais “eficiência” que o atual Presidente. Ele usará os mesmos métodos que este – cooptação dos parlamentares – só que com muito mais desenvoltura, porque pra isso seu talento é grande.
Está claro que o PT tomando as rédeas do governo, trabalhará para aumentar o tamanho do Estado (outra promessa do Lula), criando mais cargos públicos e vagas, sem a necessária preocupação com eficiência.
Estou consciente dos prejuízos que o ex-presidente, se eleito, trará à Nação. Mesmo assim não torço para a continuidade do atual governo, que ignorando toda a liturgia do cargo, transformou a Presidência da República em uma desmoralizada “Geni”. O Bolsonaro usou tantas palavras chulas, vulgares e obscenas contra seus adversários que elas voltaram contra si. Esta semana políticos, sem pedir sigilo, chamaram-no de leviano, mau caráter, mentiroso e até de vagabundo. É o fim do respeito mútuo.
Mudando de saco pra mala: acho um baita desperdício de dinheiro público, a realização anunciada pelo Ministério da Saúde, de uma concorrência pública no valor de 2l5 milhões de reais para agências divulgarem a necessidade da vacinação contra a covid.
Não precisa nada disso, basta dar uma gratificação de 5 milhões pro filho 02, o que cuida das redes sociais do Presidente, para ele convencê-lo a não sabotar a vacina por um período de três meses. Poderia (o filho) receber o dobro se convencesse o pai a elogiar a imunização. E chegar a 15 milhões, caso consiga fazê-lo admitir publicamente que já foi vacinado.
Pra que gastar 2l5 milhões, se 15 bastam?
Renato de Paiva Pereira – empresário e escritor.