O projeto “Quintais da Cultura Popular Cuiabana” está finalizando o processo de consultorias com o arquiteto e urbanista, Éraldi Peterson, de Salvador (BA), para lançar um olhar estrangeiro sobre o projeto e identificar questões que talvez não foram enxergadas. O resultado desse trabalho será apresentado para a Superintendência de Economia Criativa do Governo de Estado de Mato Grosso e no Fórum Quintais, no dia 16 de outubro, com a dinâmica de divisão de grupos, tendo como pauta a metodologia Canvas, uma ferramenta para desenvolver modelos de negócios viáveis aos gestores dos quintais.
“Vamos adaptar o Canvas ao contexto dos quintais utilizando linguagem apropriada e contextos do cotidiano, para que essas pessoas percebam quão grande é o potencial de cada lugar e que ações de lucratividade podem ser realizadas a curto, médio e longo prazo”, explica a produtora executiva do projeto, Poliana Queiroz.
A preocupação é a de utilizar ferramentas que dialoguem com a realidade social de cada espaço, por isso o trabalho será feito de acordo com a linguagem de cada território.
Para isso, Éraldi estará realizando dois processos: o primeiro são os diálogos virtuais com cada um dos quintais que foram visitados durante os oito meses de projeto, e na próxima semana, antecedendo o Fórum, ele estará em Cuiabá realizando visitas presenciais, que auxiliarão na construção deste trabalho no Fórum.
A conexão do arquiteto com o projeto Quintais da Cultura Popular Cuiabana se deu quando a gestora Poliana Queiroz tomou conhecimento de um dos trabalhos que, por hora, segue em desenvolvimento no Subúrbio Ferroviário, área periférica na cidade de Salvador, na Bahia.
“Trata-se de uma dinâmica de resgate cultural e dinamização da economia circular visando estabelecer a perenidade de suas atividades a longo prazo, com o objetivo de somar esforços para que o modelo possa se tornar uma referência de equipamento cultural, sendo um ponto de conexão estratégico para o território que está inserido”, diz Éraldi, que é representante do Studio Arandela, um escritório de Arquitetura e Urbanismo para todos os públicos, a partir de um núcleo de impacto social, o Meu Canto.
Ou seja, o núcleo foi desenvolvido para dialogar diretamente com territórios de vulnerabilidade social e visa o resgate para o fortalecimento cultural tendo como marco norteador os pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental.
Para Avinner Augusto, que executou a consultoria interna nos quintais, em conjunto com a idealizadora do projeto, a presidente do Instituto INCA – Inclusão, Cidadania e Ação, Cybele Bussiki, a ideia é fazer com que eles enxergarem os sonhos que possuem, para que possam se manter vivos por meio daquilo que já desenvolvem, com processos dentro da economia criativa, agregando a história do lugar.
“A questão da consultoria, com a minha experiência dentro do quintal da Domingas, como produtor cultural, gestor da cultura popular, dentro das perspectivas de planejamento, organização e execução de projetos, foi a de poder enxergar as fragilidades desses quintais, como também as potencialidades, que estão presentes em uma diversidade, tanto cultural quanto de fortalecimento de ações e propostas que possam fazer desses lugares sustentáveis. A conexão de saberes com o Éraldi vem somar, entre um olhar estrangeiro e a vivência”, conclui Avinner.