A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) vai discutir um Projeto de Lei para instituir o Programa de Saúde Mental para profissionais da educação. A proposta tem o objetivo de evitar que os trabalhadores da área cheguem ao esgotamento diante do quadro de incertezas, exaustão e ansiedade provocado pela pandemia do novo coronavírus.
“É necessário desenvolver ações de promoção da saúde mental e prevenção do suicídio, com atuação preventiva e acompanhamento psicológico. O programa prevê ainda o mapeamento das principais fontes de estresse ocupacional, de modo a melhorar o ambiente e gerar uma cultura saudável”, destacou o deputado estadual Dr. Gimenez (PV), autor do PL nº 278/2021.
Conforme um levantamento realizado pela Nova Escola, mais de 72% dos profissionais de educação tiveram a saúde mental afetada devido à crise gerada pela Covid–19.
A proposta prevê o atendimento aos profissionais da educação por meio de parceria com as Secretarias Municipais de Saúde e/ou através de convênios com a iniciativa privada. As unidades educacionais deverão fazer o encaminhamento dos profissionais ao serviço especializado e notificar o Estado, para que se possa criar estatística referente o problema.
“Este projeto de lei visa oferecer suporte à saúde mental de duas importantes categorias de profissionais do Estado, educadores e servidores das forças de segurança. Mas, com relação ao docente, precisamos urgentemente oferecer suporte, porque ele tem vivido situações de conflito com as quais não está conseguindo lidar sem qualquer respaldo”, avalia Dr. Gimenez.
Jornada estendida
A violência, o contato com o mundo das drogas, a carência socioeconômica dos alunos são algumas questões muito graves e excessivamente complexas para serem resolvidas pela escola. Não há como separar a realidade dos alunos das situações de aprendizagem, porém é possível oferecer aos professores um maior preparo para lidar com tais questões.
Outro fator que agrava a saúde física e mental é a falta de limites claros no horário de trabalho. Com a pandemia isso se tornou mais grave, o que dificulta ao profissional se desligar dos problemas cotidianos e da sala de aula, que agora é virtual. “Além de não dispor de recursos e oportunidades suficientes para desenvolver o próprio trabalho, e se desenvolver, o educador está exposto a críticas de toda a sociedade”.