Oh! Sonhos meus! Etéreos, inefáveis!
Por que minh’alma invadem, deletérios?
As suas brumas prenhes de mistérios
são densas e sem fim, inexploráveis.
Oh! Sonhos meus! Bisonhos, mas afáveis,
por que me vêm assim, dos hemisférios?
Não sei andar, viver nos seus impérios,
nas suas terras móveis, não aráveis.
Sonhos! Não os suporto mais comigo,
porque minh’alma é frágil e se extenua,
e no horizonte incerto cai, desmaia.
Quisera ser seu ninho e seu abrigo,
e ser também amiga e amante nua
nos seus lençóis suaves de cambraia.
Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais. É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.