Todo pai ou mãe de gato já deve ter passado por uma situação como essa: ao apresentar o pet para alguém ouviu a pessoa comentar “adota mais um gatinho para fazer companhia para ele(a)!”.
Alguns pensam mesmo em aumentar a família felina com o intuito de que os gatos façam companhia uns aos outros. A intenção é louvável e uma casa com mais pets é um lar ainda mais feliz, porém, a solução pode não se mostrar tão eficiente na prática.
Instinto felino
Um pouco de história vai bem. Antes de desfrutarem de uma vida domiciliar, os gatos viviam uma vida selvagem, na qual não precisavam andar em bando, pois viviam da caça de pequenos animais. O único período em que geralmente os gatos tinham a companhia de outros da mesma espécie era na primeira fase da vida, durante o período da amamentação, ao lado dos irmãos e da mãe.
A emancipação precoce e o estilo de vida mais individualizado fez com que, ao longo dos anos, estes comportamentos ancestrais refletissem instintivamente nos gatos da geração atual. Portanto, não estranhe caso os gatos que dividem o mesmo teto não sejam como “carne e unha”.
Um gato pode viver solitariamente mesmo morando com outros porque além desta questão instintiva, ele pode se sentir acuado por um ou mais de seus companheiros. Não é difícil que um gato queira exercer o papel de líder sobre os outros, por exemplo, intimidando ou delimitando lugares preferidos. Portanto, adotar vários gatinhos não é garantia de dar fim à solidão.
Quando me preocupar?
Agora que você aprendeu que tudo bem o seu gato levar uma vida mais “nômade” dentro de casa, é necessário prestar atenção para não confundir um estilo de vida solitário com a própria solidão.
Não é porque o gato não faz questão de interagir com outros bichanos e seja menos afeito ao contatos com humanos, que ele está imune aos males da solidão. O gato pode, por exemplo, ficar numa “bad” porque o seu humano preferido está muito ausente de casa e não anda lhe dando tanta atenção como deveria.
O importante é sempre lembrar que, por mais que a natureza do gato valorize algumas questões individuais, nunca pode ser visto como normal o bichano viver isoladamente dentro de casa. Procurar ficar sempre afastado, mostrar sinais de ansiedade, medo, estresse ou letargia são fortes indícios de que a saúde mental do gato não vai nada bem e você precisa ajudar.
Mantenha a casa enriquecida ambientalmente, recorra a um médico veterinário sempre que necessário e fique bastante atento aos comportamentos dos gatos que dividem a casa com você para garantir que todo mundo está aproveitando a vida com tranquilidade.