Os três vendedores de tapete da cidade de São Paulo, que estavam no bairro Nova Esperança II, em Cuiabá, em outubro de 2019 e foram assassinados por membros do Comando Vermelho (CV) foram confundidos com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção rival da que atua em solo mato-grossense. Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), todos passaram pelo chamado ‘tribunal do crime’ e acabaram executados após a ‘condenação’ dada pelos bandidos. Além disto, o número de vítimas poderia ter sido ainda maior.
O delegado titular da DHPP, Fausto Freitas, explica que a investigação do triplo homicídio, que foi iniciada por ele em 2019, apurou que os três jovens foram confundidos como integrantes de uma facção rival. Dias antes do crime, os três foram levados pelo grupo criminoso a uma casa onde tiveram os aparelhos celulares vistoriados e foram interrogados em uma espécie de 'tribunal'.
De acordo com o delegado Mário Santiago, poderia ter havido mais vítimas no dia da execução dos três rapazes, pois na casa estavam morando mais cinco jovens, que não estavam no local no momento do crime.
“Conseguimos apurar, no primeiro momento, que os três jovens foram interrogados por um grupo grande, aproximadamente 15 pessoas armadas. Já no dia da execução, foi identificada a participação de quatro pessoas que chegaram na casa e fizeram diversos disparos”, esclareceu o delegado, acrescentando que a investigação é complexa por envolver diversas pessoas e muitas testemunhas serem receosas de depor, com medo de retaliações.
“O importante é que a investigação reuniu elementos para a fundamentação do inquérito e a identificação e responsabilização dos criminosos”, pontou o delegado.
“A investigação exigiu um tempo, pois tem complexidade, muitas pessoas envolvidas, e mesmo diante da pandemia, que exigiu um regramento diferente em função das medidas sanitárias, a DHPP conseguiu esclarecer os crimes”, destacou Fausto.
Quatro investigados pelo triplo homicídio foram presos na Capital e encaminhados à unidade prisional do Capão Grande, em Várzea Grande.
Já outros quatro investigados tiveram os mandados cumpridos na Penitenciária Central do Estado, onde já estavam presos desde o início de novembro deste ano após ação deflagrada pela DHPP para prender os envolvidos em outro homicídio que vitimou Diego Gomes Vilela, no bairro Jardim Industriário, também em Cuiabá.
Responsável pelo inquérito do homicídio ocorrido em julho de 2019, o delegado Caio Albuquerque explicou que Diego na frente de uma residência. “Este foi um dos homicídios praticados na região cuja apuração angariou indícios de ter ocorrido a mando de uma facção criminosa com atuação na região”. O homicídio foi planejado por um homem de 25 anos, considerado disciplina no Jardim Industriário e região e que teria 'armado' o crime porque a vítima estaria vendendo drogas sem o consentimento da facção criminosa.
A partir dos elementos deste caso foram apurados indícios que ligaram a atuação do grupo criminoso com as mortes dos jovens vendedores de tapetes.