A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) desde 2019 tem realizado experimentos com o cultivo de algodão colorido no sistema agroecológico, no município de Canarana (823 km ao Leste de Cuiabá).
O técnico agropecuário da Empaer, Gildomar Avrella fala que a previsão é produzir 15 toneladas de algodão em pluma (sem caroço), numa área de 15 hectares, que serão exportados para a França. O projeto será executado no Assentamento Rural Guatapará com a participação de 15 agricultores familiares.
De acordo com Avrella, os experimentos foram realizados com quatro variedades de algodão colorido: BRS Rubi, BRS Safira, BRS Verde e BRS Jade, oriundas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A colheita com as variedades mostrou uma produtividade entre 2.295 quilos a 3.975 quilos por hectare de algodão com caroço e foi realizada de forma manual, com todo o tratamento nas plantas e seguindo protocolo do cultivo do algodão comum.
“Acompanhamos o desenvolvimento, comportamento dos materiais na região e usamos as mesmas tecnologias de cultivo do algodão tradicional. Considero que tivemos uma boa produtividade”, explica Avrella.
Para atender o mercado europeu a produção de algodão tem que ser produzida de forma agroecológica/orgânica e ter a certificação para embarque internacional. O contato e as negociações estão sendo feitas com uma empresa francesa para aquisição do algodão tanto colorido como o branco, sendo todos orgânicos. Os agricultores precisam produzir um volume mínimo para exportação em torno de 15 toneladas de algodão por safra.
Os agricultores foram capacitados e receberam treinamento para o cultivo sustentável com a oportunidade de desenvolver um trabalho com o algodão agroecológico abrindo mercados com fibras sustentáveis. O técnico da Empaer comenta que os produtores estarão organizados e em plena produção e comercialização na safra de 2022.
Com a previsão de produzir entre 12 toneladas a 15 toneladas. De algodão em pluma, Gildomar prevê uma rentabilidade com a venda do produto orgânico em torno de R$ 16 mil por hectare. Ele explica que a intenção é criar núcleos orgânicos dedicados a produção sustentável, que ajudará os agricultores a coordenarem seus esforços e acessarem benefícios como treinamento, assistência técnica e a transformação econômica, gerando renda e melhorando a condição de vida das famílias do meio rural.