O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender nesta quinta-feira a regulamentação do teto de gastos como parte da solução para a situação fiscal brasileira, em meio às discussões sobre a criação de um programa de distribuição de renda em substituição ao Bolsa Família, o Renda Cidadã.
“Eu acho que o Congresso precisa ter como pauta número um, uma preocupação de todos nós, a PEC Emergencial”, disse Maia em entrevista coletiva.
“Ela é a mais difícil, a que vai gerar desgaste no curto prazo, mas vai gerar solução a partir de 2021 para milhões de brasileiros. Então eu tenho defendido que a gente precisa regulamentar o teto, não apenas pelo Renda Cidadã, mas pela necessidade de reduzir o crescimento das despesas, aquelas que vêm crescendo acima da inflação. Então essa é a urgência número um do Senado, da Câmara, do Brasil”, acrescentou.
Apesar de destacar essa prioridade, Maia negou que tenha jogado a toalha em relação a se votar a reforma tributária ainda este ano na Câmara.
“Só para você entender, os prazos da Câmara já estão todos cumpridos. Se nós construirmos um acordo, no texto, com o governo, com os partidos, a gente pode ir ao plenário no dia que a gente quiser em relação à reforma tributária”, disse.
Ele lembrou, no entanto, que foi criada uma comissão mista com deputados e senadores “pela importância do tema”, salientando que existem algumas divergências conhecidas.
“Nós temos que ter a maturidade, a compreensão, e nós temos que sentar à mesa e construir os caminhos para que a gente possa também ter um sistema tributário moderno”, argumentou.
“Então em relação à reforma tributária, do meu ponto de vista, é fazer um esforço grande, de hoje até o fim do mês, início do próximo mês, para ter um texto que tenha apoio majoritário na Casa, para que possa ir ao plenário.”
Coronavírus
Maia afirmou nesta quinta-feira, primeiro dia em que retornou ao Congresso após período de resguardo acometido pela covid-19, que a doença “não é brincadeira” e relatou ter ficado próximo da internação.
Maia participava de evento da Frente Parlamentar da Reforma Administrativa, quando foi questionado, por outros parlamentares, por que não retirava a máscara para dar entrevista.
“Não é brincadeira, não é uma doença fácil, eu cheguei a estar com 88% apenas de saturação, mais de 20% do meu pulmão foi contaminado, não fui internado por muito pouco”, argumentou, dizendo que não tiraria a máscara em locais públicos até que seja disponibilizada uma vacina contra o coronavírus.
O presidente da Câmara testou positivo para covid-19 em 16 de setembro e chegou a cumprir remotamente, no início do afastamento, a agenda de trabalho.