A São Paulo Companhia de Dança (SPCD) fará a exibição de sua Temporada 2020 neste mês de setembro. As próximas exibições serão nos dias 17 e 24 de setembro, às 20h. São apresentações em formato digital com transmissão online ao vivo do Teatro Sérgio Cardoso. A estreia foi no dia 10.
São apresentações feitas em exibição única nas redes sociais da Companhia e na plataforma #CulturaEmCasa. A ideia de transmitir os espetáculos online ocorre devido às mudanças sociais provocadas pelo enfrentamento à covid-19, com as obras originalmente previstas sendo adaptadas à necessidade de distanciamento social.
“O que prevaleceu foi a criatividade latente tanto dos artistas da casa quanto dos convidados, expostos ao desafio de explorar novos modos de se fazer dança, fazendo jus ao nome da Temporada 2020, batizada ainda no final do ano passado como Permanência e Inovação”, dizem os organizadores.
A temporada começou com a exibição do americano Stephen Shropshire, que assinou para a SPCD o work in progress Rococo Variations, com a concepção e construção da obra (coreografia, figurinos, iluminação) feita de modo remoto, em contato virtual entre o criador e os artistas da Companhia, já que ele não pôde vir ao Brasil.
Outra exibição da estreia foi Só Tinha de Ser com Você, grande sucesso de Henrique Rodovalho criado em 2005 para sua companhia, a Quasar Cia de Dança. Na versão especial assinada pelo coreógrafo goiano para a SPCD, as distâncias entre os bailarinos foram ampliadas e as relações entre eles se constroem a partir de gestos e olhares, sem contatos físicos.
Temporada 2020 da São Paulo Companhia de Dança – Fernanda Kirmayr/SPCD
Também na estreia, Aparições, de Ana Catarina Vieira, reuniu em seu elenco bailarinos que já convivem entre si além da sala de ensaio, inspirada nas obras de Candido Portinari (1903-1962), César Guerra-Peixe (1914-1993) e nas danças populares do nordeste do Brasil.
Mais cinco obras inéditas que integram a Temporada 2020 partem do questionamento de como criar arte mesmo diante do desafio imposto pelo novo arranjo social atual e, a partir daí, foram criados solos para conjuntos com número reduzido de intérpretes, todos concebidos à distância por bailarinos e ensaiadores da SPCD, além de coreógrafos e artistas convidados.
As próximas exibições trazem espetáculos que revisitam trechos das obras Giselle, GrandPas de Quatre e La Esmeralda, com os especialmente criados para a Temporada 2020: Grand Pas de Deux de Giselle -2º ato, assinado por Lars Van Cauwenbergh, inspirado livremente na obra de 1841 de Jules Perrot (1810-1892) e Jean Coralli (1779-1854); Esmeralda, criado por Duda Braz e inspirado na obra de Marius Petipa (1818-1910) a partir do original de Jules Perrot (1810-1892); e Grand Pas de Quatre de Pugni, criado pelo bailarino Diego de Paula.
O streaming também traz o duo Dualidade e o solo Objeto do Meu Próprio Desejo, assinados pela dupla brasileira Mônica Proença e Jonathan dos Santos e o argentino Esdras Hernández.
Há ainda obras já presentes no repertório da companhia, como Grand Pas de Deux de Carnaval em Veneza, de Duda Braz; Instante, de Lucas Lima; A Morte do Cisne, de Lars Van Cauwenbergh; Grand Pas de Deux, de Dom Quixote, em remontagem pela SPCD; e trechos de Gnawa e La Sylphide, obras originais de Nacho Duato e Mario Galizzi.