Uma síndrome rara possivelmente relacionada à covid-19 e que ocorre em crianças e adolescentes já causou a morte de três pessoas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Até julho, 71 casos tinham sido registrados nos Estados de Ceará (29), Rio de Janeiro, (22), Pará (18) e Piauí (dois). Os três óbitos foram no Rio. Na semana passada, a pasta informou que está monitorando a nova doença. Já a Sociedade Brasileira de Pediatra (SBP) divulgou uma nota de alerta para que a notificação seja obrigatória.
Descrita como síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), o quadro pode afetar crianças de 7 meses a adolescentes até 16 anos, segundo o ministério, e pode ser uma reação grave e tardia à infecção pelo novo coronavírus.
Os primeiros relatos de um conjunto de sintomas pouco comum foram vistos na Europa, no final de abril, quando os serviços de saúde do Reino Unido e da França reportaram alguns casos. No começo de maio, teve-se notícia de 15 crianças hospitalizadas em Nova York, nos Estados Unidos. Atualmente, há relatos de mais de 300 casos em todo o mundo.
Embora a maioria dos casos registrados no Brasil esteja associada a exames laboratoriais que diagnosticaram infecção atual ou recente pelo novo coronavírus, o ministério ressalta que ainda não há confirmação de causa e efeito. A pasta destaca que as ocorrências são raras diante do número maior de crianças e adolescentes que evoluíram bem após contrair o vírus.
Em 7 de agosto, a SBP divulgou uma nota de alerta para reforçar a necessidade de notificação obrigatória da síndrome em todo o país. “As crianças e adolescentes que manifestam a SIM-P são habitualmente saudáveis, mas podem apresentar alguma doença crônica preexistente, particularmente doenças imunossupressoras”, dizem os especialistas que elaboraram o documento.
Sintomas
Logo no início das notificações em outros países, os sintomas relatados foram associados aos da síndrome de Kawasaki, uma inflamação sistêmica de causa ainda conhecida e mais comum na Ásia. Febre, dor de garganta, conjuntivite, manchas no corpo, vermelhidão na sola dos pés e na palma das mãos são alguns sinais relatados. A principal complicação é a ocorrência de aneurismas na artéria coronária, que se não for tratada adequadamente pode levar à morte.
Efeitos do coronavírus em crianças e adolescentes também têm despertado interesse de gestores, pressionados para decidir sobre a retomada de aulas presenciais. Pesquisas preliminares mostram que as crianças se infectam de forma menos grave e transmitem menos a doença, mas há registros de países com alta de infecções após reabrirem colégios, como Israel. Já na Suécia estudos indicam que a volta às escolas não resultou em maior contágio.
No campo educacional, a falta de aulas em classe têm criado prejuízos à aprendizagem e ao desenvolvimento, perda do convívio social, problemas de saúde mental ou nutricionais.
Uma densa fumaça ocasionada por incêndios florestais tomou o céu de Cuiabá e de cidades da região metropolitana na manhã desta quinta-feira, 13. A fumaça é fruto de queimadas que ocorrem na região do Pantanal, mas há outros focos de fogo, como na estrada que liga Cuiabá ao Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. O prefeito da capital, Emanuel Pinheiro (MDB), estuda decretar situação de emergência.
Sem chuvas por quase 80 dias no município, o tempo seco e os ventos também contribuem para o aumento dos focos de incêndio. Na quarta-feira, 12, uma área de mata próxima ao Centro Político da cidade foi tomada pelo fogo por volta das 10h30. As chamas só foram controladas cerca de oito horas depois, de acordo com a Defesa Civil municipal.
Para debelar o incêndio, foi necessário o auxílio de um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), que utilizou água de uma ‘praia artificial’ de um condomínio de luxo da cidade. Cerca de 800 hectares foram destruídos pelo fogo.
Já nesta quinta, a fumaça voltou a assustar os moradores da cidade. Além das queimadas na região do Pantanal e do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, a Comunidade São Gonçalo Beira Rio, tradicional rota do turismo cuiabano, também tem foco de incêndio. Brigadistas passaram a parte da manhã no local.
Em Poconé, no Pantanal mato-grossense, distante 104 km ao Sul de Cuiabá, o fogo já tomou mais de 100 mil hectares e causou estrago em reservas particulares, áreas de hotéis e rotas turísticas.