Por conta do isolamento social estabelecido para combater a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o ‘Viradão’, uma homenagem ao Dia da Mulher Sambista (13/04), este ano será virtual. O evento organizado pelo Movimento das Mulheres Sambistas será transmitido ao vivo pelo Instagram entre os dias 11 e 14, direto do Rio de Janeiro. Serão 10 horas de programação diária envolvendo 81 mulheres e 3 DJs.
Esta será a segunda edição do evento. Em 2019, o ‘Viradão’ foi presencial, e reuniu cerca de 5 mil pessoas na Cinelândia, mais de 100 artistas e envolveu mais de 40 postos de serviço para trabalhadoras do samba. Desta vez será online, por meio das redes sociais das sambistas, como explica Patrícia Rodrigues, produtora cultural e uma das coordenadoras do Movimento Mulheres Sambistas.
Serão duas duplas de sambistas ao vivo, por hora, no Instagram. Depois do ‘Viradão’, a ideia é de que todas as lives sejam publicadas no IGTV.
O ‘Viradão’ virtual se baseia na oportunidade de um festejo com diversão dentro de casa. De um lado os artistas. Do outro lado um público que poderá apreciar música boa do jeito que quiser no seu isolamento.
“Uma excelente possibilidade de contribuir com o isolamento, agregar com qualidade e segurança na peculiaridade que o momento exige”, pondera a produtora cultura.
A cantora e compositora cuiabana Dora Rosa, participará do evento ao lado de Geisa Ketti, filha do Zé Keti, no dia 12 de abril, às 15h (horário de Brasília).
“Nesse momento tão difícil que o mundo vem passando, nós pensamos nessa ideia no sentido de entrar na casa das pessoas e levar um pouco de alegria, de unir as mulheres, de fazer uma conhecer a outra e agregar cada vez mais, colocando em prática a sororidade e a empatia”, comenta Dora Rosa.
História
O dia 13 de abril, Dia da Mulher Sambista, foi instituído por meio da Lei nº 6.454, de 4 de janeiro de 2019. A escolha da data foi em homenagem ao dia do nascimento de Dona Ivone Lara, primeira mulher a pertencer a uma ala de compositores e quebrar o estigma da composição de samba ser do universo masculino.
Em julho de 2019 surgiu o Movimento das Mulheres Sambistas, que tem como o objetivo fortalecer e divulgar o trabalho das mulheres do samba, conforme explica Patrícia Rodrigues.
Atividades
O movimento conta com o trabalho de 10 voluntárias e não tem fins lucrativos. Entre as atividades ofertadas estão oficinas das mais diversas áreas como empreendedorismo e da música, como canto e percussão.
“Queremos dar visibilidade para outras atividades que as mulheres têm em paralelo, para além das rodas de samba. A ideia é ir formando essas mulheres e compartilhando conhecimento com o máximo delas possível, para fortalecer não só na atividade da música ali na roda de samba em si, mas fortalecer a mulher enquanto profissional de mercado”, comenta Patrícia Rodrigues.
Ela observa que este coletivo foi formado exclusivamente por mulheres das mais diversas áreas de atuação que se reúnem para buscar espaço, consolidar conquistas e construir um legado para as próximas gerações de mulheres do samba.
“O movimento tem por lema ocupar estes espaços com força para marcar presença, ampliar e consolidar o espaço da mulher no samba carioca. Além de ser mais uma referência a favor das lutas por igualdade e respeito”, finaliza Patrícia Rodrigues.
Siga @movimentodasmulheressambistas e acompanhe as ações do Movimento das Mulheres Sambistas.