Economia

Do preço do Uber ao da carne: inflação mais controlada em janeiro?

 A inflação vai voltar para um terreno mais controlado no início de 2020? O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta-feira 7 a inflação de janeiro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Após uma aceleração no fim do ano passado, pressionada pelo preço da carne, a expectativa é que o índice tenha sido bem menor em janeiro.

O Goldman Sachs espera uma alta de 0,35%, ante avanço de 1,15% em dezembro. Já a Necton vê avanço de 0,38%. A expectativa do Top 5 do Boletim Focus, formado pelo grupo dos economistas que mais acertam, é de 0,32%.

Esta também será a primeira vez que o IBGE vai utilizar a estrutura atualizada pela edição 2017/2018 da nova Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que acompanha as mudanças nos hábitos de consumo da população. Com a atualização, 56 novos produtos e serviços passam a fazer parte do cálculo, incluindo aplicativos de transporte e serviços de streaming, como Uber e Spotify.

Entraram também na conta despesas relacionadas à vida saudável e estética, tratamento e higiene de animais domésticos e até o consumo de macarrão instantâneo. Outros itens, porém, perderam espaço ou foram excluídos, como aparelhos de DVD, assinatura de jornais e máquinas fotográficas.

Novo IPCA
Em outubro, o IBGE divulgou a nova ponderação que servirá como base para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020. A primeira divulgação sob a nova ponderação será em fevereiro de 2020, referente a janeiro.

A atualização da lista tem a intenção de tornar os cálculos mais fiéis aos hábitos de consumo dos brasileiros.

Entre os novos produtos e serviços, também há vinho, assinatura de serviços de streaming, como Netflix e Spotify, e batata-doce. Além da inclusão desses itens, o IBGE também fez algumas exclusões, como assinaturas de jornais, aparelhos de DVD, máquina fotográfica e fotocópia, que perderam espaço para itens de uma economia em que a Internet é muito mais forte. 

As mudanças levam em consideração os pesos referentes à Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008/2009, mais especificamente do mês de janeiro de 2009, com as contribuições atualizadas para a ponderação referente a janeiro de 2018, tendo como base as despesas monetárias das famílias captadas pela POF de 2017/2018.

Dentro da nova lista de 377 itens da inflação (ante 383 da lista anterior), os aplicativos de transporte terão um peso de 0,2% no cálculo. A gasolina, por exemplo, continua como a de maior relevância, com peso de 5,07%.

Inflação de 2019
A inflação de 2019, divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, ainda não conta com a nova configuração do índice.

O IPCA do ano passado fechou em 4,31%, um pouco acima do centro da meta do governo, por conta da pressão feita pelos preços da carne, sobretudo nos últimos dois meses do ano. Em dezembro, a taxa foi de 1,15%.

O grupo Alimentação, que até agora tinha maior peso na composição do IPCA, perde o posto para o grupo Transportes em 2020. A primeira medição do ano, referente ao mês de janeiro, será divulgada em fevereiro.

Os Transportes vão passar a responder por 20,8% do índice, deixando Alimentação e bebidas com um peso de aproximadamente 19%.

Apesar disso, houve redução na representação de ambos os grupos, que era de 22,08% no caso de Alimentação e de 21,95% para Transportes.

Redação

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