O Ministério Público do Estado (MPE) quer a suspensão do plantio experimental de soja programado para fevereiro em Mato Grosso. O ministério emitiu recomendações às entidades do agronegócio e a órgãos do Executivo alertando para o risco proliferação da ferrugem asiática e de contaminação com agrotóxico.
As notificações assinadas pelos promotores Ana Luiza Peterlini e Joelson de Campos Maciel, na quinta (30), são endereçadas ao secretário César Miranda (Desenvolvimento Econômico), ao presidente do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária), Tadeu Moceli, e ao presidente da Aprosoja, Antônio Galvan.
O plantio experimental está programado para o período de vazio sanitário, quando fica obrigatória de suspensão dos plantios da soja. Se o vazio é quebrado costuma-se a aumentar o uso do agrotóxico para mitigas pragas.
O experimento foi programado a partir de estudo realizado pela Fundação de Experimento e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde. O plantio deve ser feito em trinta áreas no tamanho de 50 hectares cada. O Indea e a Aprosoja chancelaram a pesquisa.
Mas, os promotores que produziram a notificação contestam a legalidade. Eles alegam que a exclusão do Ministério Público e da Procuradoria Geral do Estado (PGE) da pesquisa invalida o documento. A justificativa é que o ambiente é "direito indisponível que, pela sua natureza e interesse público, o torna irrenunciável, inalienável e intransmissível".
Os promotores afirmam ainda que a Embrapa e Fundação Mato Grosso apontam para o risco de uso de agrotóxico no período do vazio criar uma "ponte verde" que aumentaria a resistência das pragas às substâncias de controle.
Acrescentam ainda esse fator contribui para colocar “em risco não só as lavouras de soja de todo o Brasil, mas o meio ambiente e a população, que serão expostos a uma maior quantidade de pulverizações de fungicidas (agrotóxicos), causando poluição no ar, água, solo e, também, possível contaminação de pessoas".