O agente penitenciário Edson Batista Alves, 35 anos, suspeito de espancar a namorada e o filho dela, de 6 anos, e mantê-los presos dentro de casa, foi indiciado pelos crimes de lesão corporal e cárcere privado. O inquérito que apura o episódio de violência foi concluído pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) e será encaminhado para a Justiça Estadual.
Segundo as investigações da Polícia Civil, o suspeito foi indiciado nos termos da Lei Maria da Penha. Uma cópia do inquérito foi remetida para a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), que também acompanha o caso.
Edson Batista Alves está detido desde o dia 21 de novembro, quando teve a sua prisão preventiva decretada após passar por audiência de custódia no Fórum de Cuiabá.
Agressão, tortura e cárcere privado
De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher e a criança vieram de Rondonópolis (210 km da Capital) para Cuiabá, onde viveria na casa do acusado, no começo de novembro. O objetivo, de acordo com ela, seria buscar um emprego na região metropolitana.
A vítima contou aos policiais que o agente passou a apresentar um comportamento violento na última semana. Edson teria agredido a companheira e o enteado física e verbalmente e ainda teria ameaçado as vítimas de morte.
Na madrugada de 21 de novembro, o agressor teria atacado a criança de forma homofóbica. Segundo o relato, o suspeito disse que o garoto seria homossexual e que isso o tornaria “imprestável”. Em virtude das agressões, a criança sofreu um ferimento no olho direito e teve um de seus braços quebrados.
Não satisfeito, Edson ainda tentou limpar o olho da vítima com água quente. Porém, ele deixou o líquido escorrer pelo corpo do menino, causando-lhe uma pequena queimadura na região da barriga.
Na noite do mesmo dia, o agente prisional levou as vítimas para um jantar, na casa de uma amiga dele. Na ocasião, a mulher se aproveitou de um momento de distração do suspeito e fugiu da residência com o filho. Ela solicitou um motorista de aplicativo e seguiu até a base comunitária de Polícia Militar no bairro Araés, onde registrou a queixa.
Após deixar o jantar, Edson fez rondas nas imediações da unidade policial e acabou sendo localizado pelos militares, que deram voz de prisão ao acusado. O agente prisional foi encaminhado para a Central de Flagrantes da Capital.
Histórico
O agressor já havia sido denunciado pelo mesmo delito outras seis vezes. Ele, inclusive, fazia uso de tornozeleira eletrônica, também pelo crime de violência doméstica.