A Polícia Civil localizou, nesta quinta-feira (3), em Cuiabá-MT, a namorada de John Lennon da Silva, 21 anos, assassino confesso do jornalista Marcelo Ferraz. A mulher, que foi apontada pelo companheiro como pivô do crime, desmentiu parcialmente a versão dada pelo suspeito e disse que não manteve relações sexuais com a vítima, como havia sido relatado pelo jovem na última quarta-feira (3).
Em depoimento ao delegado Fausto Freitas, responsável pelo inquérito, B.B.V. desmentiu parcialmente a versão dada pelo suspeito, confirmando que, de fato tinha um relacionamento com John Lennon, e que no dia do fato estava com o rapaz e mais outro usuário de drogas próximos da avenida Rubens de Mendonça.
Em um dado momento, John saiu do local e retornou momentos depois com a vítima. Em seguida, o grupo se deslocou até o terreno baldio, onde o jornalista foi encontrado morto. No local do crime, a mulher se desentendeu do grupo e saiu, permanecendo no terreno o suspeito e a vítima.
John Lennon disse em depoimento que matou o jornalista porque encontrou a namorada mantendo relação sexual com a vítima, o que contraria a versão apresentada pela testemunha.
A mulher afirma que após sair do terreno baldio foi para uma casa na região, local utilizado por outros usuários de droga. Ela relata ainda que estava há dias sem comer e dormir e que o suspeito disse antes à ela que tentaria conseguir dinheiro com a vítima para comprar drogas.
Depois de aproximadamente 20 minutos, John Lennon apareceu na casa dizendo que estava arrependido de algo que cometeu, sem citar o que ocorreu. Ele e a mulher discutiram por causa de drogas e o rapaz disse que sairia para conseguir entorpecente, retornando depois com droga. Voltaram a discutir, porque na casa tinha outras pessoas e John Lennon teria ficado enciumado, mostrando uma faca para B.B.V, que amedrontada, saiu do local e não voltou mais a ver o suspeito.
Os policiais continuam realizando outras diligências para reforçar as provas do caso.
A vítima
Marcelo Ferraz estava desaparecido desde a noite do último sábado (28), quando informou a familiares que iria sair para beber cerveja com os amigos na Praça da Mandioca, região central da Capital.
Segundo informações da Polícia Militar, o corpo foi encontrado por um morador de rua da região na segunda-feira (30).
Os militares se deslocaram até a área e constataram o fato. O local foi isolado para que as equipes da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e da Polícia Civil pudessem realizar os primeiros trabalhos de apuração.
Exames periciais comprovaram que a vítima morreu em decorrência de um traumatismo craniano. O corpo de Marcelo apresentava diversas marcas de violência.
A vítima era jornalista e já tinha atuado em diversos veículos de imprensa como o Diário de Cuiabá e Folha do Estado, além do portal de notícias G1.
Ele também era formado em Direito e tinha como paixão a literatura. Ele é o autor de obras como o “Assassinato na Casa de Barão”, “Escritor no Divã” e a “Sétima Dimensão da Morte”.