O gasto com energia elétrica da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) triplicou em cinco anos, passando de R$ 7 milhões para R$ 21 milhões, que é a estimativa para 2019. Os números foram divulgados pela reitora Myrian Serra em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (17). Em 2019, além da dívida paga ontem, de R$ 1,8 milhão, restam em aberto R$ 5 milhões.
O aumento do gasto é atribuido à expansão da universidade para novos prédios paralelamente aos cortes orçamentários do MEC (Ministério da Educação) desde 2014, de acordo com a reitora, situação que gerou crítica ao contingenciamento deste ano.O orçamento previsto para 2019 é de R$ 1 bilhão, 96% destino para pagar pessoal.
“Efetivamente não temos recursos disponíveis no banco. A gente quer que o recurso seja liberado no seu limite financeiro. Há outros fornecedores em atraso. Pessoal de segurança, limpeza, pessoal administrativo. Estamos reivindicando o restante do recurso e, mais do que isso, reivindicando o desbloqueio do nosso orçamento”.
Conforme a reitora, a universidade tem mais de 90 contratos com problema de pagamento em atraso e alguns deles estão em montante maior que da energia. Um eventual blecaute das atividades da UFMT fora anunciado pela primeira vez em maio deste ano, logo após o MEC anunciar o contingenciamento de 30% no orçamento de universidades e institutos federais. A necessidade de suspensão das atividades continuaria no horizonte de análise. "A cada ano vai ficar mais difícil honrar os compromissos se não tiver reversão desse quadro orçamentário", disse.
Críticas ao ministro
Myrian Serra também se defendeu da declaração do ministro da Educação Abraham Weintraub sobre o problema do corte de energia elétrica nesta terça-feira (16), afetando o funcionamento do RU (Restaurante Universitário), Casa dos Estudantes, e o Hospital Veterinário no campus de Cuiabá, além de outros cinco campi no interior do Estado.
O ministro disse que classificou o corte de “absurdo” e contribuiu o fato à “má gestão” da instituição. Em resposta, a reitoria disse que considera uma “boa administradora” e montará um processo para se defender.