O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) negou o pedido de deputado Carlos Avalone (PSDB) de trancamento de processo que o investiga por crime eleitoral na campanha de 2018. A defesa do parlamentar argumentou que “não há lastro” que sustente a manutenção da investigação. O recurso foi rejeito por unanimidade.
O pleno seguiu o voto do relator do processo, desembargador Sebastião Barbosa Faria, que apresentou decisão quase diametralmente oposta ao argumento da defesa. Avalone é investigado por indícios de uso irregular de dinheiro em sua campanha a deputado estadual no ano passado.
Três dias antes do dia da votação, em 4 de outubro, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu cerca de R$ 89,9 mil em dinheiro em veículo adesivado de propaganda ao tucano, além de material de campanha, como santinhos e adesivos.
Dois homens foram presos na ocasião da viagem de Cuiabá para Cáceres. Na hora de revista, um deles disse que não sabia que havia dinheiro no carro e o outro afirmou que o montante tinha sido pego no escritório de Carlos Avalone em Cuiabá. Mais tarde, em depoimento, ele mudou esta versão e disse que dinheiro era de venda de uma motocicleta.
“R$ 89,9 mil em dinheiro, sendo conduzido por um veículo adesivado de candidato, na véspera das eleições. Um dos depoimentos, no momento da abordagem, segundo os policiais, disse que esse dinheiro teria sido retirado no escritório do paciente. Portanto, a conjugação de todos esses fatos, sem querer adentrar na questão da culpabilidade, aparentemente traz indícios mínimos pelo menos para justificar a abertura de inquérito policial”, pontou o desembargador Jackson Francisco Coleta Coutinho em seu voto.
O Circuito Mato Grosso procurou o deputado Carlos Avalone e o advogado José Rosa, representante da defesa, para comentar a decisão do TRE-MT, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
