O diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Revétrio Francisco da Costa, e o subdiretor da unidade, Reginaldo Alves dos Santos, presos no dia 18 de junho pela Operação Assepsia, da Polícia Civil, prestaram depoimento na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) nesta segunda-feira (24). No procedimento, ambos declararam que são inocentes e que não tem envolvimento na ação policial que investiga a entrega de um freezer com celulares, carregadores e fones de ouvidos para líderes de facções criminosas no complexo prisional.
O depoimento durou cerca de duas horas e meia e foi conduzido pelos delegados Frederico Murta e Juliana Palhares. Nas oitivas, os diretores disseram não saber que o eletrodoméstico estava camuflado com os telefones e que os responsáveis pelo caso são os policiais militares Cléber de Souza Ferreira, Ricardo de Souza Carvalhaes Oliveira e Denizel Moreira dos Santos Júnior, também presos pela na operação.
Após o procedimento, Revétrio e Reginaldo foram levados de volta para o Centro de Custódia da Capital (CCC), onde cumprem prisão preventiva.
Operação Assepsia
O flagrante ocorreu no dia 6 de junho, quando um homem chegou a PCE e disse que entregaria um freezer na unidade. Na oportunidade, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso informou que, ao ser questionado sobre a nota fiscal do aparelho, o entregador disse que não a teria e saiu do local rapidamente, deixando somente o eletrodoméstico na frente do complexo.
Desconfiados da ação, os agentes conseguiram identificar um compartimento falso na porta do aparelho, onde estavam escondidos telefones, fones de ouvidos, chips e carregadores.
Equipes da GCCO estiveram na PCE e, no entanto, verificaram que não havia nenhum registro de entrada ou mesmo informações acerca da entrega do referido eletrodoméstico, o que fez aumentar as suspeitas quanto a participação da administração do complexo prisional no caso.
As investigações comprovaram também que, duas horas antes do freezer ser apreendido, os diretores do presídio e os militares envolvidos participaram de uma longa reunião a portas fechadas com um dos líderes da organização criminosa, na sala da direção.