Foram divulgadas nesta sexta-feira (21) as imagens do circuito interno de segurança da Penitenciária Central do Estado (PCE) que mostram o exato momento em que os três policiais militares, presos na última terça (21), se deslocam para um encontro a portas fechadas com os diretores do complexo prisional e com o líder de uma facção criminosa.
Segundo a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), a reunião, da qual participaram o tenente Cléber de Souza Ferreira, o subtenente Ricardo de Souza Carvalhaes de Oliveira e o cabo Denizel Moreira dos Santos Júnior, realizada no dia 6 de junho durou cerca de uma hora.
O objetivo era facilitar a entrada de um freezer, carregado com mais de oitenta celulares, para Paulo César da Silva, o “Petróleo”, detento apontado como um dos chefes do crime organizado no Estado.
O conteúdo das conversas, no entanto, não foi divulgado.
Além dos Cléber, que está preso no 3º Batalhão de Polícia Militar, Ricardo e Denizel, que estão custodiados no Batalhão de Operações Especiais (Bope), o diretor da PCE, Revétrio Francisco da Costa e o subdiretor da unidade, Reginaldo Alves dos Santos também foram presos e estão no Centro de Custódia da Capital (CCC).
Assof cita equívoco
A Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso (Assof-MT) divulgou nota na última terça-feira (19) em que cita um possível equívoco na prisão dos policiais militares, por parte da GCCO. Segundo o comunicado, a reunião realizada tinha o objetivo de colher informações que ajudariam na prevenção de outras ações criminosas que poderiam ocorrer na Capital.
A nota destaca também que militares envolvidos no caso não possuem nenhum registro negativo e que confia em suas inocências. “Os três policiais militares são considerados profissionais sérios, responsáveis e em suas fichas funcionais não existem registros de desvios de conduta”, ressaltou o comunicado.
Operação Assepsia
No dia 6 de junho, um homem, ainda não identificado, entregou um freezer camuflado com 84 telefones celulares, além de carregadores, fones de ouvido, chips e facas. De acordo com a investigação, o freezer seria entregue, com a anuência da direção da unidade, a Paulo Cesar da Silva, conhecido como “Petróleo”, e Luciano Mariano da Silva, vulgo “Marreta”. Ambos pertencem ao alto escalão da facção criminosa Comando Vermelho.
Porém, o GCCO constatou que não havia nenhum registro ou informações de entrega de eletrodomésticos na penitenciária no dia, o que levantou suspeitas quanto a entrega do material.