A análise do atual cenário político-econômico, nacional e estadual, pautou os debates da reunião ampliada do Partido dos Trabalhadores realizada neste sábado (15), em Cuiabá. Gleisi Hoffman, presidenta nacional da sigla, fez uma análise conjuntural e criticou a postura do atual governo em face aos recentes episódios envolvendo o ministro da justiça Sergio Moro e o promotor Deltan Dalllagnol quando integravam juntos a operação Lava Jato.
“Até hoje, este governo não disse a que veio. Não há pautas socioeconômicas viáveis. Em vez disso, o desmonte da CLT e da previdência social. Querem provar que o vazamento das conversas entre Moro e Dallagnol publicadas pelo The Intercept Brasil é ilegal, mas não levam em conta o conteúdo das mensagens. Está mais do que provada a trama para prender Lula e o impedir de disputar as eleições. Depois, toda a articulação para impedi-lo de conceder entrevistas que pudessem favorecer a eleição de Haddad, o que beneficiou Bolsonaro. O sustentáculo que tinham para se manter no poder era a Lava Jato. Agora, acabou!”
Hoffman também falou sobre a falta de tato do presidente com parceiros comerciais internacionais.
“Bolsonaro não conseguiu ampliar as relações e o comércio exterior. Pelo contrário, está destruindo nossas relações numa busca desenfreada de alinhamento com os Estados Unidos. A postura arrogante e de extrema direita é evidente. Não há geração de emprego e renda, mas desmontes cada vez maiores. Bolsonaro não responde a economia, usa a agressividade para com os movimentos sociais e trabalha em desfavor das minorias.”
A deputada federal Professora Rosa Neide (PT-MT) falou sobre a organização dos partidos de oposição ao governo na Câmara dos Deputados e das falhas no processo de comunicação do PT durante o golpe contra Dilma Housseff.
“Reconhecemos que durante o processo de golpe houve falhas na comunicação do PT com sua base. Sentimos o ataque e não respondemos na mesma velocidade, e isso foi um erro. Contudo, estamos nos reorganizando e contando com o apoio dos brasileiros que agora estão diante de toda verdade, inclusive por conta das recentes revelações sobre toda a sujeira da “vaza-jato”. Os partidos de oposição estão unidos na luta contra este DESgoverno. Não vamos permitir que Bolsonaro continue destruindo o país e entregando nossas riquezas para os americanos.”
O presidente do PT em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco (PT-MT), comentou sobre a retomada do crescimento da sigla em todo o país. Segundo Barranco, “só no mês de maio foram cerca de 2 milhões de novas filiações.”
“Este crescimento mostra que o povo já entendeu o golpe. A presidenta Dilma Rousseff foi arrancada do poder de forma inescrupulosa, sem qualquer prova de corrupção ou improbidade. Lula foi preso sem qualquer prova de crime e o povo está percebendo que tudo não passou de uma trama para evitar sua volta à presidência do Brasil. Para tirar o Brasil da crise só há uma saída: arrancar, com o voto, a extrema direita do poder e reconduzir o povo ao comando do país. Tivemos 2 milhões de novas filiações no último mês, destas 2 mil só em MT.”
Valdir Barranco também analisou a política estadual.
“Nestes primeiros meses de governo já nos deparamos com vários problemas: contingenciamento de verbas em várias pastas, não pagamento da RGA aos servidores, parcelamento de salários, descumprimento da Lei das Dobras para os professores – o que levou a greve dos profissionais de educação; isso sem falar no corte do ponto dos trabalhadores em greve. Falta diálogo por parte do executivo e maior atenção às políticas sociais. Mauro Mendes é um Pedro Taques piorado. A oposição está unida e no enfrentamento em favor da sociedade.”
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) também criticou os governos federal e estadual.
“Vi um meme que dizia que em tempos de “terraplanismo no Brasil, até a terra plana dá voltas”. A terra deu voltas e foi desvelada a tramoia contra o nosso povo. A Lava Jato está desmoronando.”
Sobre a greve dos professores do estado, Lúdio Cabral foi enfático:
“Os trabalhadores da Educação estão enfrentando uma luta duríssima, pois o governo estadual está agindo de forma autoritária, cortando ponto, notificando o Sintep-MT para custear o transporte escolar e impedindo os trabalhadores em greve de irem para as portas das escolas dialogar com a categoria. Mauro Mendes se recusa a dar o aumento previsto na Lei Complementar 510/2013, mas concedeu no ano passado R$ 5,6 bilhões em renúncias fiscais. Isso precisa ser revisto!”
“Esta reunião ampliada é uma das etapas do Processo de Eleições Diretas (PED). Todas as pautas discutidas ajudam a fomentar novas politicas a serem buscadas por nossos representantes em nível nacional e também nos estados e municípios. Nossa luta em defesa dos trabalhadores e das minorias não para nunca!”, concluiu o deputado estadual Valdir Barranco.