Mário Sérgio de Campos, agente de tributos da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), foi preso na manhã desta quinta-feira (23), no Aeroporto Internacional de Várzea Grande, após ser flagrado exigindo propina para liberação de um produto tarifado pela Sefaz.
De acordo com a Polícia Civil, a ação da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), que levou a prisão do servidor que atua no Terminal de Cargas do aeroporto, foi possível após a denúncia de uma vítima de Mário.
A vítima entrou em contato com a Defaz, relatando que no mês de março despachou para Cuiabá as rodas do seu veículo, em uma empresa em Jundiaí (SP). Quando foi retirar as rodas no aeroporto de Várzea Grande foi informado que as rodas foram tributadas pela Sefaz.
O denunciante deu entrada em um processo de revisão de tributos no site da Sefaz e passados 15 dias, recebeu uma ligação do agente de tributos. Após breve conversa, o funcionário da Sefaz perguntou a vítima, quanto ela estaria disposta a pagar para que fosse cancelada a tributação e liberadas as rodas do veículo.
Diante do questionamento, a vítima disse que já havia entrado com o pedido de revisão no órgão, porém o agente de tributos disse que não tinha outra maneira de reaver sua carga, já que era ele que estava com o processo. Cerca de 40 dias após a primeira ligação, o suspeito tornou a ligar para vítima, ocasião em que tornou a fazer a mesma pergunta, quanto a vítima estava disposta a pagar para que fosse cancelada a tarifa e feita a retirada dos seus bens.
Após nova abordagem, a vítima iniciou uma conversa com o suspeito via aplicativo WhatsApp, sendo inicialmente exigido pelo agente o valor de R$ 500 para o cancelamento da tarifa. Após negociação, ficou acertado o valor de R$ 300, que seriam entregue ao suspeito no posto da Sefaz, dentro do Aeroporto.
Depois do acordo, a vítima entrou em contato com equipe da Defaz denunciando a ação do servidor público, que foi detido nas dependências do Aeroporto. O suspeito foi conduzido a Defaz, onde será interrogado pelo delegado Anderson Clayton da Cruz Veiga.
O servidor responderá pelo crime de concussão, tanto na esfera criminal quanto administrativa, uma vez que o delito configura-se no momento da exigência da vantagem indevida, e não no instante da entrega. “É um crime formal ou de consumação antecipada, isto é, se consuma com a mera exigência da vantagem indevida”, explicou o delegado.
A Polícia Civil destaca a importância da sociedade em denunciar esses tipos de condutas. A Delegacia Fazendária está a disposição para atender e averiguar todas as informações que são repassadas, sendo garantido sigilo absoluto.