Estar bem é um termo corriqueiro que soa a filosofias baratas e frases de poste, mas sua essência é profunda e sua profundidade é tão grande quanto o número de pessoas que não sabem o que é isso. A vida é como um palco de teatro livre onde os espectadores também se encontram em palcos particulares. Não importa o que se passa no palco do outro, o importante é termos controle e certeza do que se passa no nosso. Momentos bons ou ruins são inevitáveis e imprevisíveis e, em relação a esses, a única coisa que podemos tentar fazer para que o resultado seja bom ou mau é criar um padrão de reação às situações; o Espiritual, a fé, a crença, não tem por objetivo a resolução de nossos dilemas, na verdade a razão principal da existência desses meios, bem como a justificativa para que deles façamos uso é exatamente promovermos em nós reações positivas frentes às ações. É intimamente curioso e estranho perceber quantas pessoas buscam igrejas, grupos e pessoas para promover uma mudança na vida delas. A mudança, meus caros, habita em nós, basta que tiremos as vendas escuras da autoenganação de nossos olhos e passemos a tomar frente ativa de nossas vidas. O bem-estar é uma opção de vida, é o estado de vida daqueles que buscam a essencialidade da vida em sua totalidade real e não fictícia, imaginária. É muito fácil perceber a diferença entre os que vivem bem e os que pensam viver, pois aqueles que enfrentam a vida estão bem, independentemente das circunstâncias, já os que vivem a ficção vital só estão bem mediante certos requisitos.
Cristo foi um belo exemplo de quem estava sempre bem; aceitou a vida e suas nuances a enfrentando com coragem, sem precisar usar de seus poderes a favor de si mesmo, afinal de contas, que sentido teria usar poderes a favor de si se o cerne de sua missão era mostrar que a felicidade também pode ser vivida na carne? Frente às dores e possibilidades de trair sua missão, manteve-se fiel a sua essência, pouco importando a falta de casa, comida ou moeda. Fico a pensar que, em tempos de teologias mercenárias, Cristo se assustaria com as cobranças e campanhas financeiras que beiram o ridículo, tão comuns nos dias atuais, mas isso é apenas uma consequência do ‘bem fictício’, pois para que esse exista é necessário que existam também ferramentas fictícias de ligação com o espiritual. O melhor que podemos fazer na vida é vivê-la, pura e simplesmente; a verdade é uma redoma que preserva a liberdade, parece não ter sentido, mas quem busca a verdade de si e vive com propriedade está sempre defeso de toda forma de prisão. Muito melhor que estar bem é viver constantemente bem e isso é joia para coroas de poucos, os poucos que buscam fazer de sua vida uma oportunidade de evolução e não uma tentativa de dominação. Pense nisso e viva sempre bem!