Em 24 de junho, quando mulheres poderão dirigir nas ruas pela primeira vez em décadas na Arábia Saudita, Amira Abdulgader quer estar no controle do volante, dando uma carona para sua mãe ao lado.
"Estar ao volante quer dizer que você está guiando a viagem", disse a arquiteta, que aprendeu a dirigir agora.
"Quero ter controle sobre todos os detalhes da viagem. E eu que vou decidir quando sair, o que fazer e quando voltar."
Abdulgader é umas das 200 funcionárias da estatal petrolífera Aramco, que ofereceu um curso de direção em Dhahran para incentivar a mudança social no país.
As mulheres representam cerca de 5% dos 66 mil empregados da Aramco, o que significa que outras 3 mil ainda podem entrar no curso.
"Precisamos do carro para nossas atividades diárias. Somos trabalhadoras, mães, temos muitas relações sociais, precisamos sair, então precisamos de transporte. Vai mudar minha vida", afirma.
Em setembro passado, o rei Salman decretou o fim do veto a mulheres na direção, que foi mantido por décadas pelos governos muçulmanos mais conservadores.
No entanto, o príncipe Mohammed bin Salman, de 32 anos, é o verdadeiro rosto da revolução social no país e mostra que os jovens estão conseguindo exercer alguma influência.
Para Abdulgader, o dia 24 de junho será marcado por comemoração. "Quero ir à casa da minha mãe e levá-la para um passeio. É o meu plano. Só eu e minha mãe, ninguém mais", diz.