O grupo Flor Ribeirinha de São Gonçalo Beira Rio, se apresenta nos próximos dias 15, 16 e 17 de junho (sexta a domingo), no teatro da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), o espetáculo "Mato Grosso Dançando o Brasil", que homenageia as danças das regiões brasileiras Norte, Nordeste, Sudeste e Centro Oeste. Este é o espetáculo que venceu o maior festival de folclore do mundo, realizado em agosto do ano passado na Turquia, quando o grupo se consagrou campeão, trazendo para Mato Grosso o troféu que foi disputado com 26 países.
A fundadora e presidente do Flor Ribeirinha, Domingas Leonor, ressaltou que o grupo rompeu fronteiras para mostrar a cultura regional em outros estados e países. A conquista do prêmio mundial, segundo ela, abriu novas portas e representou um marco na vida do Flor Ribeirinha e na história da cultura. “Apesar de todas as dificuldades enfrentadas no cotidiano, dedicamos o nosso tempo a este trabalho, para preservar a beleza e a força da nossa cultura” disse ela.
O diretor artístico e coreógrafo do Flor Ribeirinha, Avinner Augusto, explica que o espetáculo Mato Grosso Dançando o Brasil, reúne dezenas de artistas, entre músicos, dançarinos e outros que fazem as suas performances no palco. Trata-se de uma grande produção, com figurinos coloridos e também adereços. “O grupo encena as danças tradicionais brasileiras num majestosos espetáculo com várias nuances, ritmos e gestualidade, compondo um repertório de possibilidades, dentre os quais estão o boi bumbá, oriundo do Norte, a dança gaúcha, uma forte expressão cultural do Sul, o frevo do Nordeste e o siriri cuiabano enraizado na comunidade de São Gonçalo beira rio, representando o Centro Oeste, além do samba contagiante do Sudeste do Brasil. Buscamos homenagear a cultura dançante do povo” garantiu.
O diretor musical do grupo Flor Ribeirinha, Edmilson Maciel, enalteceu a importância do espetáculo “Mato Grosso Dançando o Brasil no contexto da musicalidade reúne os mais diferentes ritmos e garante a harmonia no palco. Na sua avaliação, o que predomina nas apresentações é a dança e a musicalidade das diferentes regiões brasileiras. Apesar das diferenças sempre conseguimos êxito, pois a música é universalizada”, observou.
Na avaliação do diretor Executivo da Associação Cultural Flor Ribeirinha, Jeferson Guimarães Rosa, o que garante o sucesso do espetáculo e a dedicação de todos os envolvidos, sendo uma equipe de produção, dançarinos, músicos e a direção do grupo. “Foi com este empenho que o grupo venceu a competição no Festival Internacional de Arte e Cultura de Buyukçekmece, na Turquia. Ficamos muito felizes com o resultado que as apresentações vem alcançando, muitas vezes surpreendendo as nossas expectativas. Isto se constata pela reação do público presente. Temos muito orgulho em mostrar a nossa cultura”, assinalou.
Com 25 anos de história, o grupo já participou de todos os festivais de siriri em Mato Grosso e levou para outros estados e países as suas manifestações culturais. O grupo foi convidado para se apresentar no Festival de Dança de Santa Catarina e também em Minas Gerais. Em seguida, o grupo se apresentou no evento Goal to Brazil, em Lima no Peru e posteriormente em Assunción, no Paraguay. O Flor Ribeirinha continuou rompendo fronteiras e foi convidado para se apresentar na França, Itália e Coréia do Sul, onde conquistou o segundo lugar entre os demais países. No ano passado, sagrou-se campeão mundial na Turquia com o espetáculo “Mato Grosso Dançando o Brasil.
Um pouco da história
O grupo Flor Ribeirinha nasceu em julho de 1993, em São Gonçalo beira rio, comunidade que foi fundada no século XVIII, no território Coxiponés. O grupo trabalha a dança típica mato-grossense, realizada há mais de 200 anos, que reflete o multiculturalismo formado por índios, negros, portugueses e espanhóis. Em suas apresentações, manifesta, uma coreografia variada, melodias alegres e letras que têm como mote a vida ribeirinha e as tradições religiosas.
O grupo apresenta um ritmo contagiante, harmonizado e marcado pela batida da viola de cocho, do mocho e do ganzá. O ritmo é marcado por instrumentos de percussão, herança da música africana. O coro é próprio da música ameríndia, com clara influência da música serena e repleta de sentimento religioso dos colonizadores. O grupo foi idealizado para preservar, promover e divulgar a cultura popular efetivou um trabalho de preservação do siriri, cururu e rasqueado.