Desde que os impactos começaram a surgir, o governo tem recebido diversos setores produtivos para tentar minimizar os problemas. Na tarde de terça-feria (29.05), foi a vez do Sindicato das Indústrias de Frigorífico de Mato Grosso e Rondônia. Eles reivindicaram apoio para o escoamento dos produtos, que lotam as câmaras frias e impedem novos abates.
A presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso, Daniella Bueno, explica que a situação é crítica porque muitos animais estão morrendo na granja porque todo o fluxo está parado e os compradores, mais de 97% de fora do estado, estão sem receber as cargas.
Com os frigoríficos parados, a preocupação se volta para as granjas de suínos e de aves, que sofrem nos alojamentos com o aumento da população. Segundo o Indea, 850 mil ovos férteis, que virariam pintinhos, já precisaram ser destruídos no estado.
O secretário-executivo da entidade, Jovelino Borges, explica que apenas no caso da carne bovina, são 52 mil toneladas estocadas nos 27 frigoríficos em funcionamento de Mato Grosso. A quantidade é grande e não engloba as indústrias que trabalham com aves e suínos, que também passam pelo mesmo problema.
Em todas as unidades, os caminhões esperam a liberação das rodovias para dar início ao escoamento. Somente a JBS, tem 90 veículos aguardando a desobstrução das vias. “Os prejuízos são incalculáveis. São 20 mil empregados diretos que estão em casa esperando para retornar ao trabalho. Isto sem contar nos trabalhadores indiretos, que somam mais 40 mil. As comprar e vendas também estão suspensas e mesmo se tudo for liberado hoje, os empresários levariam cerca de três dias para conseguir entregar o produto nos portos”.
Além de pedir a ajuda da segurança para a liberação das estradas e a criação de rotas alternativas para desafogar os frigoríficos, Bueno solicitou informações do Exército e da Polícia Rodoviária Federal sobre o caminho até os portos de Santos e Paranaguá, onde os produtos são entregues.