Dois jogadores profissionais de futebol foram parar na delegacia na noite de domingo (20) após trocarem ofensas no término da partida entre Dom Bosco (MT) e Corumbaense (MS) realizada na Arena Pantanal em Cuiabá, em jogo válido pelo campeonato brasileiro da série D.
De acordo com o boletim de ocorrências, a PM foi acionada por funcionários de uma empresa privada que realizava a segurança da partida, e informada que um tumulto acontecia na entrada dos vestiários após o término do jogo.
A PM foi aos vestiários onde ouviu as partes envolvidas onde o jogador Ederson Batptista de Souza, 29, conhecido como “Robinho” do Corumbaense acusou o atleta Bruno Felipe Pereira dos Santos, 21, do Dom Bosco, de tê-lo chamado de “macaco”.
O jogador do Dom Bosco, ao ser ouvido, também relatou que foi ofendido racialmente. Um oficial da Polícia Militar conversou com o representante da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na partida que informou não ter visto as agressões verbais entre os atletas.
Diante dos fatos, os jogadores foram encaminhados a Central de Flagrantes para serem tomadas as medidas cabíveis.
Robinho postou em sua rede social, que ainda na delegacia teve que ouvir deboche dos policiais que alegaram que a situação é normal durante uma partida de futebol. “Venho com muita tristeza, com muita raiva, indignado, pois você ser chamado de macaco e relatar para as autoridades e eles nem ligarem e ainda darem risada fazendo deboche da sua cara”, diz parte da postagem.
Ainda o jogador relatou o orgulho de ser negro, porém está indignado com a situação. Veja o que escreveu o atleta.
“Venho com muita tristeza, com muita raiva, indignado, pois você ser chamado de macaco e relatar para as autoridades e eles nem ligarem e ainda darem risada fazendo deboche da sua cara sendo que você sofre racismo e ao ir fazer o boletim de ocorrência, e não dar em nada, quando então se ouvi que isso é normal e o cara que me chamou de macaco estava de cabeça quente. Mais quero falar que isso só me fortalece, sou negro com muito orgulho. Sai com racismo da minha frente que eu quero passar com a minha cor. Esse é o Brasil, triste e indignado. Sabia que não ia dar em nada”, escreveu Robinho.