Plataformas de financiamento coletivo, a chamada “vaquinha online” é a forma encontrada pela pré-candidata ao Senado Federal Selma Arruda (PSL) para o financiamento de sua campanha nas eleições 2018. Segundo ela, mesmo o limite imposto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é "dinheiro pra caramba".
Em entrevista à rádio Capital nesta segunda-feira (7), a ex-juíza, que disputa as eleições pela primeira vez, comentou o limite de gastos para campanha eleitoral, inexistente até 2015, quando houve alteração na legislação. Para Selma Arruda, a imposição surtirá efeito para uma campanha mais barata, visto que novos meios de divulgação deverão ser explorados, como as mídias sociais.
“Acho que as pessoas já não tem mais paciência para se reunir, para ouvir um discurso, para ouvir a ideia do candidato. As coisas vão ser mais feitas pelas mídias sociais, a divulgação das ideias. Hoje em dia, todo mundo tem celular, todo mundo tem como ter acesso a essas informações”, comentou.
Para Selma, com o país em crise, “não é cabível que se gaste milhões com campanhas, ainda que sejam majoritárias, como o Senado”. Segundo ela, o limite imposto é suficiente e é muito dinheiro, sendo necessário, apenas, que se saiba usar.
“Vi comentário na mídia de pessoas achando que é muito pouco o limite que o TSE impôs. Muito pouco, R$ 5 milhões pro governo? R$ 3 milhões pro Senado? R$ 3 milhões é dinheiro pra caramba”, observou a pré-candidata.
Para fazer uma campanha sustentável, então, Selma Arruda vai adotar um movimento crescente nas últimas eleições. Além disso, pretende se financiar por meio de doações coletivas, as chamadas “vaquinhas” online, mas garante que será seletiva com a origem do dinheiro.
“Nossa ideia é obter ajuda através de vaquinha, como é permitido por lei, ou doação de pessoas físicas que não tenham vínculo com empreiteiras, empresas de contrato com o estado, pessoas absolutamente fora desse contexto”, ponderou.
Na entrevista, Selma comentou que mal entrou para a política e já é alvo de pedido de ajuda, o que a deixa indignada. “São pedidos como ‘me arruma emprego’? ‘Fulano precisa de emprego’. As pessoas têm que se conscientizar que uma eleição não pode ser feita na base de ideias, mas de ideologias”.
Limite de gastos
Uma alteração na Lei n. 13.165, de 29 de setembro de 2015, determinou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seja o responsável pela delimitação de gastos máximos nas campanhas. Antes, até a edição, o limite era fixado livremente pelos partidos políticos, em se tratando de cargos eletivos.
Em dezembro de 2017, uma resolução aprovada pelo plenário também passou a permitir que os candidatos se autofinanciem para as eleições, com o seguinte limite:
Candidatos à presidência da República poderão gastar, no máximo, R$ 70 milhões. Nas eleições para governador, o valor é entre R$ 2,8 e 21 milhões. No Senado, o autofinanciamento fica entre R$ 2,5 milhões e R$ 5,6 milhões, enquanto para os cargos de deputado federal e estadual é de R$ 2,5 milhões e R$ 1 milhão, respectivamente. O valor exato depende do número de eleitores do estado.