O vendedor Victor Alexandre de Oliveira, de 40 anos, que sofreu queimaduras de 2º grau depois que o próprio celular explodiu enquanto ele o carregava no bolso da bermuda, foi contatado pela Motorola, fabricante do aparelho, que solicitou o equipamento para ser enviado a análise. Ele também procurou a polícia, na tarde desta quarta-feira (7), para registrar um boletim de ocorrência.
A vítima foi socorrida pela mãe, a comerciante Diva Soares Teixeira, de 70 anos, que o acompanhava na ida a um supermercado. Segundo a idosa, após a explosão, foi possível observar fumaça saindo da bermuda do filho. Ele foi socorrido à ala de queimados da Santa Casa de Santos, momentos após o incidente.
"Um funcionário da Motorola entrou em contato comigo e pediu para eu enviar uma série de documentos e um relato por e-mail. Não me deu garantias de nada, mas disse que vai pagar os gastos com a farmácia", afirma o cliente. O celular é do modelo Moto G4 Play e foi comprado por R$ 800 há um ano.
Segundo Vitor, a empresa disse a ele que o caso seria analisado pelo jurídico, e que somente depois haveria uma conclusão. "Eu, agora, vou conversar com o nosso advogado. Não tive tempo de pensar em processo, nem nada. Desde quando aconteceu, estou preocupado em continuar meu trabalho para pagar minhas contas".
Ao registrar, também, o boletim de ocorrência, o vendedor acredita que, além de ser submetido a exame no Instituto Médico Legal (IML), também terá o celular avaliado pela perícia científica. "Considerava o celular novo. Nunca deu problema até aquele dia, e nunca troquei uma peça. Até agora, não entendi o que houve".
O cliente espera ser ressarcido do prejuízo e quer que o celular seja substituído pela empresa. "A Motorola não falou que iria vir buscar a aparelho, apesar de eu querer que ele seja analisado. Era minha ferramenta de trabalho, e agora tenho que usar o da minha mãe emprestado para tudo", diz.
Por meio de nota, a Motorola afirma que todos os produtos da marca são vendidos após testes de segurança. "Assim que a companhia tomou conhecimento do caso em questão, por meio da imprensa, entrou em contato com o consumidor para prestar auxílio e solicitar o smartphone para análise", afirmou em nota.
Ainda no comunicado, a empresa diz que pede aos clientes que sigam as orientações dos manuais. "O consumidor concordou em encaminhar o aparelho para análise, e até que os testes sejam realizados e as informações sejam coletadas para entender o ocorrido, é prematuro especular sobre as causas do incidente".
'Explodiu'
"Até agora eu estou sem acreditar. Meu celular era novo, tinha um ano, nunca troquei uma peça. Ele carregou à noite e fomos ao supermercado. Quando estávamos subindo a rampa, eu comecei a sentir a queimação", relatou Oliveira após o acidente. A explosão ocorreu logo em seguida, sem que ele entendesse no primeiro momento.
"Não sabia o que estava acontecendo. Eu escutei um barulho, vi a fumaça e o fogo do meu bolso. Tudo aconteceu em menos de um minuto, mas pareceu que passou mais de cinco minutos. O celular grudou na minha pele e não conseguia tirar, por isso queimei meu dedo. Minha bermuda ficou destruída", relata.
Levado ao hospital, Vitor foi avaliado pelos médicos, que constataram as graves queimaduras. "Fui liberado para ficar em casa, mas vou ter que tomar antibióticos, anti-inflamatórios e passar pomadas. O celular era minha ferramenta de trabalho e vou ter que parar um pouco as atividades também".