Duas equipes do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) foram campeãs da final da Maratona Células Empreendedoras MT 2017. Os dez estudantes vencedores tem 16 anos e são alunos do ensino médio integrado do IFMT dos campi Diamantino e Juína. As equipes venceram a disputa com os projetos “Aminotec – Tecnologia com Aminoácidos” do IFMT – Campus Avançado Diamantino e “Toper Bio – fraldas biodegradáveis” do IFMT – Campus Juína.
A competição envolveu o IFMT, a UFMT, a Unemat, as Escolas Técnicas Estaduais e o Univag. Além dos alunos, o professor do IFMT – campus Diamantino , Giovane Spindola foi um dos cinco ganhadores do prêmio professor empreendedor. A etapa final e premiação ocorreu na noite de quarta-feira (21/2), no Salão Clovis Vetorato, no Palácio Paiaguas.
A equipe vencedora é do IFMT – Campus Diamantino com a startup “Aminotec – Tecnologia com Aminoácidos” que consiste segundo a representante, Anna Clara Capistrano, em criar produtos à base de aminoácidos. “Criamos um dispositivo que libera aminoácidos no ar que atraem mosquitos e eles são mortos no próprio dispositivo. Os aminoácidos não são tóxicos e o dispositivo consome pouca energia”, explica a estudante.
O apelo em criar um produto que possa matar mosquito para combater doenças como febre amarela, dengue, Zika e Chikungunya atraiu os estudantes do IFMT. O Brasil registra 164 mortes por febre amarela desde julho do ano passado, segundo informações divulgadas na quarta-feira (21), pelo Ministério da Saúde. De acordo com notícia publicada na Radioagência Nacional nessa quinta-feira (22), no período de 1º de julho de 2017 a 20 de fevereiro deste ano, foram notificados 1.773 casos suspeitos de febre amarela, sendo 545 confirmados, 685 descartados e 422 permanecem em investigação.
Sustentabilidade e solidariedade
A equipe que conquistou o segundo lugar é do Campus Juína do IFMT e concorreu com uma tecnologia que cria fraldas descartáveis biodegradaveis, o start up “Toper Bio – fraldas biodegradáveis”. O estudante Wanderson Perondi explicou que a ideia surgiu a partir da problemática do professor Aloizio Farias, cujo pai sofre com o Alzheimer, que é uma doença degenerativa. Ele sempre tinha a preocupação do que fazer com as fraldas depois do descarte. “A gente teve a ideia de substituir o plástico que é um polímero sintético feito a partir do petróleo por um plástico de polímero natural feito a partir do amido da mandioca”.
O idealizador do Programa Células Empreendedoras, Genésio Gomes, destacou que a Maratona Células Empreendedoras MT melhorou muito em relação às edições anteriores, pois envolveu cinco instituições de ensino, mais de 100 projetos, destes 20 foram acelerados, com nove na final, além de trazer dois grupos de investidores para conhecerem os projetos.
“É incrível como os investidores estão animados, dizendo que as starts ups aqui tem condições de serem start up internacionais. Isso não é uma fala de educador, mas investidores. Acredito que com o apoio deles teremos mais impacto com as start up que eles escolherem daqui”, destacou Genésio Gomes.
Sobre a conquista pelo IFMT dos primeiro e segundo lugares, o idealizador do Programa Células Empreendedoras afirmou que “já sentia desde a maratona do ano passado que o IFMT tem um diferencial em inovação. Alguma coisa acontece dentro do IF que não sei se a instituição é mais jovem, ou porque está mais vinculada à questão prática e de mercado. Mas se fizermos 10 maratonas o IF vai estar na frente porque de alguma forma a instituição tem práticas educacionais que favorecem a inovação. Isso atraiu a atenção do MEC e fez com que o Ministério da Educação transformasse o Programa Células Empreendedoras em um programa nacional para toda a rede de educação profissional e tecnológica”, frisou Genésio Gomes.
O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Domingos Sávio avaliou positivamente o resultado da maratona, pois proporciona oportunidade aos jovens dos lugares mais longínquos de Mato Grosso colocarem e transformarem seus sonhos e ideias em realidade. “Acompanhamos ideias para a melhoria da saúde, do transporte e da qualidade de vida da população. Tudo isso era sonho e estamos transformando em realidade. A maratona ocorreu no segundo ano consecutivo e vamos investir para a realização do terceiro ano”, garantiu Domingos Sávio.
O coordenador do Parque Tecnológico Mato Grosso, Rogério Nunes, contou que faz dois anos que o parque tem fomentado o sistema de inovação e empreendedorismo. “O Programa Células fez essa parceria com a Secitec para que o empreendedorismo entre professores e estudantes fosse cada vez mais fomentado e despertado. Vejo nessa premiação um avanço gradativo. Temos muito o que caminhar no estado a respeito do empreendedorismo e inovação tecnológica.
O reitor do IFMT salientou que o desempenho dos estudantes no Programa Células Empreendedoras em Mato Grosso fez com o Ministério da Educação se interessasse pela temática, que será implantado para outros Institutos Federais no Brasil. “Adivinha quem vai puxar a fila? Mato Grosso! O IFMT irá viajar o país para levar a nossa marca. Inicialmente esse programa irá para seis estados”, disse o professor Willian de Paula.
Conheça esquipes vencedoras no Células Empreendedoras:
1º Lugar – Aminotec – Dispositivo para atração e morte de mosquitos: Dispositivo contendo fórmula de Aminoácidos capaz de atrair e matar mosquitos e atuar na prevenção de doenças como: Febre Amarela, ZIKA, Dengue e Chikungunya. Composta por: Isabelly Holtman, Anna Clara Capistrano, Bianca Oliveira e Raphael Barroso – alunos dos cursos técnico integrado ao ensino médio do IFMT – Campus Diamantino.
2º Lugar – Toper Bio – Fraldas Biodegradáveis: Fraldas e absorventes feitos com plástico biodegradável a base de mandioca. Composta por: Mariana Sacht Nunes, Wagner Leandro Júnior, Anderson de Brito Almeida, Marcos Vinicius de Araújo Schmitt, Wanderson Perondi Lopes, Evandro Carlos de Oliveira – alunos dos cursos técnico integrado ao ensino médio do IFMT – Campus Juína.