O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirnou nesta terça-feira (2) que a inflação está "bem comportada" e sinalizou que o o banco poderá continuar reduzindo os juros básicos da economia, atualmente em 7% ao ano, na mínima histórica.
"Sim, a gente tem sinalizado para frente quando a gente vê que tem alguma possibilidade [de redução dos juros]. Que existe a possibilidade, desde que a inflação continue baixa, que os riscos continuem como estão hoje, não fiquem maiores, ou menores. Dado isso, sinalizamos que há uma possibilidade de uma redução moderada da flexibilização monetária, da taxa de juros, mas também falamos que há mais incertezas", declarou, em entrevista à rádio Jovem Pan.
Goldfajn lembrou que as decisões sobre a taxa básica de juros da economia são tomadas durante as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O próximo encontro está marcado para o início de fevereiro e a expectativa do mercado financeiro é de um novo corte na taxa Selic, para 6,75% ao ano.
"Vamos avaliar, tem mais um mês e pouquinho para decisão. E vamos ver como se desenrola a conjuntura econômica", concluiu ele.
Inflação abaixo do piso da meta de 3% em 2017
Questionado sobre a possibilidade de a inflação ficar abaixo do piso de 3% em 2017, o que levaria o BC a escrever uma carta pública ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, explicando as razões para o descumprimento da meta, Goldfajn afirmou que houve, no ano passado, uma "surpresa agradável" no preço dos alimentos, que caiu cerca de 5%.
"Na parte que tem a ver com o BC, que está sob controle do BC, está muito bem obrigado. [A inflação] está em torno da meta. A parte que levou a uma inflação mais baixa, tem a ver com a parte que o BC não tem controle direto, a inflação de alimentos que caiu, e continua caindo, mas caiu bastante ao longo do tempo. Essa vai ser nossa explicação", disse ele.