Você já ouviu o termo e-commerce? Ele significa comércio eletrônico atual e foi criado para realizar transações financeiras por meio de aplicativos e plataformas digitais, como em computadores e celulares. Um exemplo básico deste comércio são as lojas virtuais.
Hoje é comum empreendedores e lojistas aderirem às tendências de mercado para chamar ainda mais a atenção do público-alvo. Mas muitos ainda desconhecem a existência dessa ferramenta digital que busca auxiliá-los a investir e lucrar financeiramente por meio da internet, sem a necessidade de fazer o cliente sair de casa ou perder tempo em sites de pesquisa.
Todavia, há divergência quanto a essa modalidade de compra online, por causa da diminuição de empregos em lojas físicas e no comércio em geral. Alguns pontos de vendas chegaram a fechar em Cuiabá e transformaram seu espaço físico em um amplo negócio digital, como no caso dos shoppings e demais locais de grande circulação de pessoas.
O empresário Júlio César Rondon Barbosa é dono de uma franquia de comidas prontas em Cuiabá. Há dois anos ele atua na venda de almoço, lanches e produtos variados, além de ser um defensor da atualização de mercado. Para ele as máquinas estão longe de substituir o trabalhador comum.
“Eu não acho que as máquinas irão substituir as pessoas e sim que a tecnologia veio para facilitar. O mercado sofre essas alterações de oportunidade de trabalho. Por exemplo, quando acaba-se com a locadora de vídeos, criam-se outras oportunidades de tantos segmentos. Acho que o que vale é a qualificação mesmo”, disse ao Circuito Mato Grosso.
Júlio acredita que a tendência é desenvolver o comércio para um “mundo” mais eletrônico, pois com os preços e condições acessíveis qualquer um pode adquirir por meio de um celular, por exemplo.
“Eu acho que o cara que trabalhava no balcão de uma locadora de vídeo está se virando em outro lugar. Então o mercado evoluiu muito e hoje a tendência é essa. Eu, se estiver em casa, prefiro muito mais entrar em um aplicativo e fazer uma compra do que ter que sair de casa para comprar”, opinou.
Em sua visão, para o cliente que não tem o hábito de pedir por aplicativo, o comércio não sai perdendo, em função das diferentes formas de prestar atendimento, principalmente ao cliente fidelizado.
“A quem não tem o hábito, a gente tem a opção de atender por telefone ou no balcão. Eu vou atender meu cliente em todas as opções. Acredito que temos só a crescer com essa nova tecnologia porque hoje todo mundo tem um celular na mão. A internet, por ter um custo mais em conta, facilita o acesso de pessoas das classes D e C, então penso que hoje a gente vai atender todos os públicos”, argumentou.
O empresário cita que sua loja já pratica a modalidade e-commerce em fase de testes, tanto que nos últimos dias a plataforma sofreu uma alteração em benefício do próprio consumidor.
“Aqui é uma franquia e já estamos praticamente em fase de testes com o e-commerce. Inclusive, agora eles vão usar uma nova ferramenta que não gasta o plano de dados do cliente”, contou.
Analista explica motivos de se investir e atualizar
Para entender melhor os rumos que o mercado toma no estado, o jornal buscou ouvir o analista especialista do Sebrae-MT (órgão voltado para gestão das grandes, médias e pequenas empresas) Tharley de Barros Teixeira, que explicou como tem sido a oferta e a procura por este modelo internacional.
Para Tharley, apesar de ser um empreendimento avançado em termos de tecnologia, o e-commerce só tende a contribuir para o crescimento e desenvolvimento de uma empresa. Porém, quando não planejado e executado, pode se transformar num fracasso para o negócio.
“Esse é um momento que exige mais capacitação. Hoje não adianta você pensar em abrir um negócio sem estar no digital. Não se fala em marketing sem o digital, é preciso estar conectado. No Sebrae nós temos uma plataforma de mais de 500 cursos, enquetes, vídeos de debates no nosso EaD (Ensino a Distância), e tudo gratuito”, explica.
Contudo, o analista diz que a modalidade digital não deixa de ser uma preocupação no que tange à geração de empregos, apesar de o órgão institucional ter buscado conhecimento a nível internacional para não permitir que essa questão comporte riscos aos trabalhadores, considerando que o país enfrenta momento de crise.
“Eu acabo de chegar de uma missão empresarial de São Paulo e lá nós fizemos essa pergunta aos especialistas. A princípio os negócios digitais podem até impactar negativamente, mas se a gente fizer uma análise logo percebemos que os negócios reduzem empregos, mas também contribuem de certa maneira para criar novas funções”, avalia.
O analista ressaltou que se manter num patamar de qualidade exige esforços e comprometimento do empresário. Para isso ele vai precisar se atualizar dentro do que pede a meta da concorrência costumeiramente. Ele precisa se mostrar atencioso e interessado, num momento em que o celular, a televisão e aparelhos de sinal analógico são indispensáveis para a clientela mundial.
“Os processos colaborativos estão hoje se multiplicando. O que está acontecendo é uma revolução, muitos negócios da economia criativa (conjunto de negócios baseados no capital intelectual e cultural e na criatividade que gera valor econômico) que estão vindo e se juntando e ao mesmo tempo monitorando para entender este processo além da arte. A informação está disponível e é necessário que o empresário se capacite”, sintetiza.
O Sebrae oferece cursos e treinamentos em formato EaD para dar suporte ao pequeno/médio empresário, pelo sítio eletrônico www.sebrae.com.br.
Principais características e benefícios
Para curiosidade geral, o jornal listou alguns dos benefícios e características que diferenciam a atividade comercial. Vale ressaltar que no país já existe uma fundação chamada E-commerce Brasil, criada para administrar esse novo conceito de vendas online. Pensando em ajudar a divulgar esse novo empreendimento digital, o diretor sócio-proprietário da entidade Norberto Torres elencou os principais fatores se sucesso em linhas gerais.
“Para uma operação de sucesso em comércio eletrônico, é necessária a construção ou uso de toda uma infraestrutura abrangendo desde a integração com todos os agentes envolvidos, novas formas de marketing e propaganda, novos tipos e métodos para realização de promoções, até o uso de novas formas de entrega dos produtos e serviços, serviços de suporte e autoatendimento pelo cliente (self-service), organização e operação cooperada”, escreveu em artigo recém-divulgado.
Há mais de 30 anos atuando no mundo da Tecnologia da Informação (TI), Norberto observa a importância de escolher o modelo adequado.
“É preciso escolher o modelo de negócios mais adequado, considerando novas formas de competição, abrindo mercados que antes eram exclusivos dos ‘players’ tradicionais. É preciso selecionar o modelo de negócios que se adapte perfeitamente à oportunidade”, destaca.
Outro fator está especificamente relacionado aos preços, que são primordiais. “Muitos fatores contribuem para o sucesso de uma empresa no comércio eletrônico, mas preço é, na maior parte das vezes, um deles, e, muitas vezes, o mais importante”, explica.
Sobre canais de interação, o dono da e-commerce cita exemplos de como acontece a interação. “Um aspecto importante em todo o processo de relacionamento entre compradores e vendedores é o que se refere aos canais de interação. Eles podem ser tradicionais (lojas físicas, shopping centers, telefone, fax, correio) ou virtuais (internet, aparelhos móveis, internet TV, quiosques e pontos de venda eletrônicos)”, diz.
Vantagens
Frete grátis
Ele está no topo da lista de benefícios preferidos dos e-consumidores. De acordo com pesquisa do Boston Consulting Group (BCG), 74% dos consumidores afirmam que o “frete grátis” é fator de influência na hora de decidir, ou não, comprar online.
Troca sem complicação
De acordo com dados publicados pela consultoria e-Bit, 47% dos consumidores passaram a comprar menos pela internet por causa da complicação nas trocas.
Avaliações de produtos
Dados da pesquisa do Ibope e-commerce mostram que mais de 47% das pessoas procuram informações sobre o produto antes de realizar uma compra.
Campo de busca eficiente
Dados da SLISystem, empresa especializada em comércio eletrônico, mostram que mais de 34% das pessoas que acessam lojas virtuais utilizam o campo de busca para facilitar a localização dos produtos desejados.
Estoque sortido e novidades
Se em uma loja física, o cliente, por exemplo, experimenta dezenas de vestidos até escolher o que lhe caia melhor, no comércio eletrônico também quer opções. Por isso as lojas virtuais estão em alta, lá eles encontram produtos em estoque e com várias novidades.
Formas de pagamento
Um estudo realizado pela CyberSource Corp constatou que as lojas virtuais que fornecem quatro ou mais métodos de pagamento têm uma taxa de conversão de vendas 12% maior que aquelas que oferecem apenas uma opção.
Além de alternativas, é importante também disponibilizar o parcelamento das compras. Pesquisa realizada pela e-bit mostra que 64% dos e-consumidores preferem compras parceladas.
Fonte: Ecommerce Brasil