Ao autorizar a revogação da prisão do ex-chefe da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, e de sua mulher, a personal trainer Helen Lesco, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques, proibiu o militar de manter contato com a esposa. O casal foi preso por determinação do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, sob suspeita de atrapalhar as investigações das escutas ilegais em Mato Grosso durante a Operação Esdras, da Polícia Civil, deflagrada no dia 27 de setembro.
Nesta última terça-feira (31), Evandro, Helen e outros cinco foram beneficiados com a determinação da soltura, entre eles os ex-secretários de Estado Paulo Taques (Casa Civil), coronel Airton Siqueira (Justiça), Rogers Jarbas (Segurança) e o major Michel Ferronato. Contudo, todos devem cumprir medidas cautelares.
De acordo com a decisão do ministro, os investigados deverão comparecer quinzenal na 9ª Vara Federal de Cuiabá para informar e justificar suas atividades. Ele também proibiu a todos de manter contato com os investigados, entrar nas dependências relacionadas ao Governo do Estado e da Polícia Militar e de se relacionar com qualquer servidores dessas unidades.
Todos também ficaram proibidos de sair da cidade sem aviso prévio e entregar o passaporte. Eles deverão ficar recolhidos em casa no período noturno e de folga. O ministro manteve o afastamento dos investigados que prestavam serviço público.
Na revogação da prisão do coronel Lesco, Campbell destacou na medida cautelar a proibição de manter contato com a esposa, por também ser investigada no caso.
“Proibição de manter qualquer contato com os investigados, ainda que de forma indireta, inclusive da esposa Helen Lesco, e de ingressar nas dependências da Casa Civil, Casa Militar, Controladoria-Geral do Estado, Gabinete de Comunicação, Gabinete de Desenvolvimento Regional, Gabinete de Estado de Assuntos Estratégicos, Gabinete de Governo, Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção, e Governadoria, assim como Procuradoria-Geral do Estado, Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Secretaria de Estado de Segurança Pública, Vice-Governadoria, Polícia Militar e estruturas do Comando Geral da Polícia Militar, assim como da Polícia Civil, assim como de manter contato com qualquer servidores destas unidades”, diz trecho da determinação.
Operação Esdras
A Operação Esdras, deflagrada no dia 27 de setembro pela Polícia Civil, tinha o objetivo de desarticular um grupo acusado de montar uma estratégia para atrapalhar as investigações relacionadas aos esquema de grampos ilegais no Estado e obter informações que pudessem comprometer o relator do processo no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Orlando Perri, para afastá-lo do caso.
Os mandados foram autorizados pelo desembargador Orlando Perri, a pedido da delegada responsável pelo inquérito, Ana Cristina Feldner, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Foram presos ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, secretário de Segurança afastado, Rogers Jarbas, e o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco.
Outros dois militares também alvos do mandado de prisão preventiva, o sargento João Ricardo Soler e major Michel Ferronato, a mulher de Lesco, Helen Christy Carvalho Dias Lesco, e o empresário José Marilson da Silva, ex-dono da empresa Simples IP que fornecia sistema de segurança sentinela ao Governo.
Ao todo foram oito mandados de prisão, uma condução coercitiva, uma fixação de medidas restritivas e 16 de busca e apreensão.
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