Policiais, bombeiros e voluntários continuaram a trabalhar durante a noite após o terremoto da terça-feira (19), o mais mortífero no México em três décadas. O número de mortes confirmadas foi revisado pela Agência de Defesa Civil para 217 na madrugada desta quarta-feira (20), após o tremor de magnitude 7,1.
O terremoto da terça-feira ocorreu justamente no 32º aniversário de um sismo de 1985 que deixou milhares de mortos na capital e pouco depois de uma simulação em nível nacional para recordar o fato.
Um dos esforços de resgate mais desesperados ocorrida em uma escola primária e secundária no sul da Cidade do México, onde uma ala do edifício de três andares ruiu. O Departamento de Educação federal informou na noite de terça-feira que foram recuperados 25 corpos no lugar, 21 deles de crianças. O presidente Enrique Peña Nieto visitou a área da escola.
Em uma mensagem de vídeo divulgada na noite da terça-feira, Peña Nieto fez um pedido de calma e disse que as autoridades trabalham para levar ajuda. Ele disse que 40% da Cidade do México e 60% do Estado vizinho de Morelos ficaram sem eletricidade. "A prioridade neste momento é continuar o resgate de quem está preso e dar atenção médica aos feridos", afirmou.
Em todo o centro do país, pessoas foram ajudar seus vizinhos quando dezenas de edifícios ruíram. O prefeito da Cidade do México, Miguel Ángel Mancera, disse que havia deslizamentos em 44 lugares somente na capital.
Ao menos 86 pessoas morreram na Cidade do México, 71 no Estado de Morelos, 43 em Puebla, 12 no Estado de México, que circunda a capital, 4 em Guerrero e 1 em Oaxaca. Ao longo do dia, equipes de resgate e voluntários retiraram pessoas cobertas de pó, algumas semiconscientes e outras feridas gravemente.
Houve edifícios que ruíram na capital e também em Morelos, onde foi abaixo uma igreja local em Jojutla, próxima do epicentro. Doze pessoas morreram em Jojutla.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) afirmou que o sismo teve magnitude 7,1 e que seu epicentro fica cinco quilômetros a nordeste de Raboso, no Estado de Puebla, a 51 quilômetros de profundidade, registrado pouco depois das 13h (hora local).
Boa parte da Cidade do México fica sobre o leito de uma antiga laguna e o terreno pode amplificar os efeitos dos tremores centrados a centenas de quilômetros. O terremoto da terça-feira, porém, não parecia relacionado ao temor de 8,1 graus registrado em 7 de setembro no sul do país, também sentido na capital mexicana e que deixou 90 mortos no país.