A produção de veículos no Brasil subiu 45,7% em agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, afirmou nesta quarta-feira (6) a associação das montadoras (Anfavea). Esse foi o melhor resultado mensal do ano até agora, superando maio, que chegou a 250,9 mil unidades.
O setor continua sendo impulsionado pelas exportações, que bateram recorde no acumulado do ano. De janeiro a agosto, o total de 506.007 veículos foram exportados, o que representa um crescimento de 56,1%, frente as 324.223 unidades do mesmo período do ano passado (veja na abaixo na reportagem para onde o Brasil exporta veículos).
Foram produzidas 260.349 unidades em agosto de 2017, enquanto em agosto de 2016 a indústria alcançou 178.704 unidades. O setor obteve o melhor resultado desde novembro de 2014 e o melhor mês de agosto desde o mesmo ano.
No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o crescimento é de 25,5%, com 1.749.704 veículos, contra 1.394.181 unidades no mesmo período do ano passado
Essa alta supera o número apresentado na venda de veículos novos, que teve o melhor resultado no ano em agosto, com crescimento de 17,75%.
Projeção revisada
Com o resultado, a entidade mudou as projeções do ano, passando de um crescimento esperado de 21,5% na produção de 2017, para 25,2%. Em números, isso representa uma produção de 2.700.000 veículos, enquanto antes o esperado era de 2.619.000.
Exportações devem bater recorde histórico
O volume de exportações explica o crescimento maior da produção de veículos comparado à quantidade de vendas internas.
Em agosto, 66.582 veículos foram exportados, o que representa alta de 61,7% em comparação com agosto do ano passado, quando 41.169 veículos foram vendidos para fora do país.
No entanto, este não foi o melhor mês para exportações em 2017, já que 72,8 mil unidades foram exportadas em maio passado.
Com a nova previsão, as exportações devem bater o recorde histórico no final do ano. Até então, o melhor resultado obtido foi em 2005, com 725 mil veículos exportados. Veja ao fim da reportagem para onde o Brasil envia seus carros.
Nível de emprego se mantém estável
Em agosto, o nível de emprego na indústria apresentou establidade, com um leve crescimento. Foram 126.279 postos de trabalho, alta de 0,02% em relação a agosto de 2016 e 0,9% na comparação com julho.
"A retomada do emprego é um fator decisivo. Melhora a confiança tanto do investidor quanto do consumidor", aponta Antonio Megale.
Em julho, haviam 12.198 funcionários em algum tipo de jornada reduzida (lay oof ou PSE), mas o número foi reduzido para 6.320 trabalhadores.
Subsídios condenados pela OMC
No final de agosto, um painel da Organização Mundial do Comércio (OMC) pediu que o Brasil retire subsídios industriais, após queixas da União Europeia e Japão contra uma série de incentivos do governo a setores da indústria nacional, incluindo o automotivo.
"O ponto condenado é uma tratamento diferenciado entre importados e nacionais. Estamos sendo condenados por apoiar o emprego no Brasil", justificou Megale. A OMC deu até 90 dias para que o Brasil faça mudanças e essa foi a maior condenação contra subsídios à indústria que o Brasil já sofreu.