O processo de colonização no Brasil foi marcado por muita violência, agressão de todas as formas, níveis, possíveis e existentes. Os donos das terras, os índios, forçados a todos os tipos de trabalho, foram escravizados, caçados e dizimados em massa. Praticamente cinco séculos de negligência e violência contra suas culturas, identidades e memórias. Em março de 2008, é criada a Lei 11.645 que torna obrigatório o estudo da história e da cultura indígenas.
A lei dá importância e significado merecidos e contributivos que os povos indígenas têm na construção da cultura brasileira e na história do país. Nasce para desmitificar ideias generalistas que habitam cabeças adentro e para romper com a ordem cultural imposta e aprendida: o etnocentrismo. A lei desenvolve-se transversalmente nas diretrizes curriculares, abrindo discursões sobre os povos indígenas no Brasil. Quem é o índio? O selvagem? O preguiçoso? Pessoa inferior? Ou o herói bobo? O índio é agente social, transformador e fazedor de cultura. Tem direitos, deveres e merece respeito.
Livros paradidáticos, como “O menino e flauta: mito dos índios Nambiquara”, de Ciça Fittipaldi, são exemplos que retratam a diversidade cultural que marca fortemente a população brasileira. O livro traz um pouco da crença dos índios da etnia Nambiquara, Mato Grosso. Um menino xamã que sai de sua aldeia com seu pai, em busca de alimentos. No caminho, o garoto diz que quer morar na mata. O pai aceita o apelo do filho e, conforme seu pedido, volta para buscá-lo duas luas depois. Mas o menino já tinha virado roça, virou tudo o que era bom de comer.
Produções como esta têm enorme significado na construção da fundamentação cultural, desde as primeiras fases da vida escolar, observando a importância do respeito à diversidade de todos, com ênfase nas minorias, neste caso, os índios.
Jhulia Cleotapra Silva Rodrigues Galdino – aluna do 4º semestre do curso de Serviço Social e integrante do Projeto de Iniciação Científica do Univag Centro Universitário.