Política

MPF denuncia Geddel Vieira Lima por obstrução de Justiça

 Os procuradores Anselmo Lopes Cordeiro e Sara Moreira denunciaram o ex-ministro Geddel Vieira Lima pelo crime de obstrução de Justiça no âmbito das operações Sépsis e Cui Bono.

A acusação tem como base a suposta pressão exercida pelo peemedebista para que o corretor Lúcio Bolonha Funaro permanecesse em silêncio e não partisse para um acordo de colaboração premiada.

Na denúncia, o MPF (Ministério Público Federal) cita as ligações de Geddel para a esposa de Funaro, Raquel Pitta. Para os investigadores, as ligações "declaradamente amigáveis" intimidavam indiretamente o corretor apontado como operador financeiro do grupo político do qual Geddel faz parte, o PMDB da Câmara.

Ao realizar essas ligações, diz o MPF, Geddel tentou embaraçar as investigações contra a organização criminosa alvo da Sépsis e Cui Bono? – a primeira apura corrupção na liberação de valores do Fi-FGTS e a segunda mira irregularidades na vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa.

O MPF narra na denúncia que a partir da prisão de Funaro, em 1 de julho de 2016, Geddel passou a monitorar e constranger Raquel Pitta por meio de várias ligações telefônicas. Em depoimento à Polícia Federal, Funaro afirmou que essas ligações provocaram um sentimento de receio sobre algum tipo de retaliação que pudesse sofrer caso optasse por um acordo de delação.

Esposa

Em depoimento à PF, Raquel Pitta também detalhou as abordagens que recebeu do ex-ministro. Segundo ela, Geddel estava interessado em saber da disposição do marido dela de firmar acordo de colaboração premiada.

A mulher de Funaro disse que o peemedebista passou a fazer ligações 'insistentemente' após a prisão do marido, querendo saber do 'estado de ânimo' dele, e que esses contatos feitos em horários noturnos "passaram a incomodar".

Raquel Pitta disse ter ouvido do marido que "ele [Geddel] está sendo homem e cumprindo o combinado". Mas ela não explicou que combinado era esse, apenas imaginava que seria alguma "assistência à família".

A reportagem procurou o advogado Gamil Foppel, responsável pela defesa de Geddel, mas ainda não obteve retorno.

Redação

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