Após conseguir a transferência da Penitenciária Federal de Mossoró-RN, onde o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro está preso desde março de 2016, a defesa espera ganhar também a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto, assim que ele estiver na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. A expectativa é que ele esteja na Capital daqui a 15 dias.
Apontado como o chefe de uma organização criminosa em Mato Grosso, Ribeiro está preso há 10 anos. O advogado Paulo Fabrinny Medeiros considera esse período de reclusão em unidade federal uma injustiça por não ter uma “fundamentação concreta”.
Sem data prevista para o retorno de João Arcanjo, a defesa afirma falta apenas o comunicado entre os Tribunais de Justiça estaduais para que estejam organizando o plano de transferência de João Arcanjo, o que se espera ocorrer dentro de 15 dias.
Fabrinny adiantou que irá requerer na Justiça o pedido de progressão para que ele possa ser monitorado pela tornozeleira eletrônica dentro do regime semiaberto.
“Assim que ele retornar, nós vamos entrar com um pedido de progressão de regime, para ele entrar no semiaberto, onde passará a usar a tornozeleira e se recolherá a noite em casa”, afirmou Medeiros.
Segundo a defesa, o comendador voltaria a administrar os seus negócios como empresários. Além de propriedades residenciais e comerciais, Arcanjo também é do de empresas de construção civil.
Condenações
João Arcanjo foi preso em 2003 em Montevidéu, no Uruguai, depois que foi deflagrada em Mato Grosso a operação Arca de Noé, para desarticular o crime organizado no estado. Ele foi extraditado para o Brasil por determinação do juiz Julier Sebastião da Silva, em 2006.
O ex-comendador cumpre, atualmente, pena por sonegação fiscal, formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro, cujos processos são decorrentes da Justiça Federal. Ele foi sentenciado a 19 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes.
Em 2013, Arcanjo foi condenado a 19 anos de prisão por outro crime, o de atuado como mandante da execução do empresário Sávio Brandão, dono do jornal "Folha do Estado", em 2002.
Acusado de mandar matar outros dois empresários – Rivelino Jacques Brunini, Fauzer Rachid Jaudy e pela tentativa de homicício contra Gisleno Fernandes -, também em 2002, o ex-bicheiro foi condenado a pena de mais 44 anos e dois meses de prisão
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