O termo de colaboração premiada (delação) do ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf, foi homologado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A informação foi confirmada pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, no inicio da audiência referente a ação penal derivada da 4ª fase da Operação Sodoma, que investiga fraude de R$ 15,8 milhões na desapropriação de uma área localizada no Bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, no ano de 2014. A área foi avaliada em R$ 31,7 milhões.
A eventual delação de Nadaf, que agora se confirma, é levantada nos bastidores da política e judiciário desde o ano passado, quando o ex-secretário resolveu confessar sua participação em crimes investigados na Operação Sodoma.
A delação foi feita no âmbito da Procuradoria Geral da República (PGR), por envolver nomes com foro por prerrogativa de função. Por conta do segredo de Justiça, durante a audiência, Selma Arruda pediu que os advogados que tiveram acesso à delação não a divulguem ainda.
Nadaf ficou preso entre os meses de setembro de 2015 e setembro de 2016, após passar a colaborar com as investigações.
A colaboração de Nadaf também já havia sido comentada em decisão proferida pela juíza em fevereiro deste ano, quando autorizou o cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão no âmbito da 5ª fase da Sodoma.
A Sodoma
A 1ª fase da Operação Sodoma 1, deflagrada em setembro de 2015, apura suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, por meio da concessão de incentivos fiscais, pelo Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Tais fatos teriam ocorrido entre os anos de 2013 e 2014.
Na 2ª fase da operação investiga o mesmo grupo criminoso que teria fraudade a compra de um terreno na Avenida Beira Rio, em Cuiabá, avaliado em R$ 13 milhões. O imóvel teria sido adquirido com dinheiro de propina arrecada de empresários que tinham contrato de prestação de serviços com o Governo do Estado.
Já na 3ª fase da Sodoma aprofundou na investigação do suposto esquema em que agentes públicos recebiam propina de empresários para, em troca, manter ou conseguir contratos com o Executivo estadual.
A Sodoma 4 revelou irregularidades na desapropriação de um terreno no Bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. Dos R$ 31,7 milhões arcados pelo Estado, metade deste valor teria sido desviado.
A 5ª e mais recente fase da operação investiga suposto desvio de R$ 8,1 milhões dos cofres do Estado, por meio da exigência de propina aos sócios do Auto Posto Marmeleiro e da Saga Comércio e Serviço de Tecnologia e Informática Ltda, Juliano Volpato e Edézio Corrêa, em troca da concessão de contratos e de compras fraudulentas de combustível.