Opinião

NO LONGE DOS GERAIS

O autor e ilustrador Nelson Cruz iniciou seu trabalho no mercado editorial em 1988. Em 2001, recebeu o Prêmio Jabuti pela obra Chica e João. A mesma obra ganhou da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil nas categorias Melhor Livro para Criança e Melhor Ilustração. E em 2005, recebeu o Prêmio Jabuti pela obra No longe dos Gerais (2012), publicada pela Editora Cosac Naify. A obra foi selecionada para compor o acervo Programa Nacional Biblioteca Escolar (PNBE) do Ministério da Educação, em 2013.

A obra No longe dos Gerais conta a história de um menino que conduziu um rebanho junto com Guimarães Rosa (1908-1967), um dos maiores autores da Literatura Brasileira.  Guimarães Rosa recompõe, através do olhar do menino anônimo, o seu trajeto da fazenda Sirga à de São Francisco, em Araçaí, próxima a Cordisburgo, terra natal do autor.  Alguns desses registros serviram de base para as obras Corpo de Baile e Grande sertão: veredas, publicados em 1956.

Montado em seu cavalo, Guimarães Rosa registra em sua caderneta presa ao pescoço todo o saber que vai vendo e ouvindo durante a travessia: a fauna, a flora, os costumes e as histórias sertanejas. Anos depois, o mineiro Nelson Cruz trilhou os percursos de Guimarães Rosa, o que resultou nessa obra encantadora e poética.  

O livro é ilustrado com desenhos coloridos e em preto e branco, feitos em papel shoeller pelo autor, e destacam as paisagens por onde passou a comitiva e os eventos ocorridos na viagem. As folhas de guarda trazem o mapa com o itinerário da viagem destacado em vermelho. Na capa, a famigerada imagem de Guimarães Rosa montado a cavalo, olhando para trás, e convidando o leitor a percorrer as veredas do longe dos Gerais. No longe dos Gerais nos convida a enveredar pelos caminhos de Guimarães Rosa.   

Rosemar Coenga

About Author

Rosemar Coenga é doutor em Teoria da Literatura, apaixonado pela literatura de Monteiro Lobato e semanalmente escreve a coluna Ala Jovem no Circuito Mato Grosso.

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