Política

OAB-MT solicita cópia de inquérito sobre escutas a Rodrigo Janot

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Ainda nesta terça-feira (3), o presidente da seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil, Leonardo Campos, deve solicitar cópia do inquérito que apura denúncia de escutas telefônicas ilegais feitas pelo Governo do Estado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Além de requisitar o acesso ao inquérito, a OAB-MT também deve pedir a quebra de sigilo em todos os processos acerca do caso a fim de resguardar o cumprimento da legislação, especialmente no que se refere à quebra de sigilo entre advogados e clientes, conforme determinado na legislação.

Além de requisitar o acesso ao inquérito, a OAB-MT também deve solicitar a quebra de sigilo em todos os processos acerca do caso a fim de resguardar o cumprimento da legislação, especialmente no que se refere à quebra de sigilo entre advogados e clientes, conforme determinado na legislação.

Leonardo Campos participa de reunião com o procurador-geral da República e representantes da bancada federal de Mato Grosso no fim da tarde desta terça-feira na sede da PGR, em Brasília.

O caso

O inquérito foi aberto com na denúncia do promotor Mauro Zaque, ex-secretário de Estado de Segurança, dando conta de que membros da Polícia Militar aproveitaram uma investigação relacionada ao tráfico de drogas na região de Cáceres (177 km de Cuiabá), para inserir números telefônicos de políticos adversários ao governo, médicos, advogados, jornalistas, servidores públicos e até desembargador aposentado de Mato Grosso, em um pedido de quebra de sigilo.

O requerimento para as interceptações teria sido encaminhado ao MPE, que por sua vez formalizou a solicitação à Justiça estadual. A autorização teria partido do juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, que não teria tido conhecimento de que nem todos os números relacionados pela PM estavam relacionados com o crime tratado no processo.

A prática já é conhecida no mundo da espionagem como “barriga de aluguel”.

As escutas ilegais teriam começado no período das eleições de 2014, quando Silval Barbosa (PMDB) ainda era governador e Taques disputava as eleições. Em 2015, novos nomes foram incluídos nas escutas.

Segundo a denúncia, o esquema de escuta teria o envolvimento direto de pelo menos três policiais militares: os cabos Gerson Luiz Ferreira e Clayton Dorileo Rosa de Barros, e a sargento Andrea Pereira de Moura Cardoso.

Até o momento, o que se sabe é que os contatos supostamente inseridos de forma criminosa foram: a deputada Janaina Riva (PMDB); o advogado eleitoral José do Patrocínio; o jornalista José Marcondes dos Santos “Muvuca”; o atual secretário municipal de Trabalho e Desenvolvimento Humano de Cuiabá, Vinicius Hugueney (PP); o assessor do deputado Wagner Ramos (PR) Eduardo Gomes Silva Filho; o assessor especial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) Romeu Rodrigues da Silva; a jornalista Larissa Malheiros Batista; Kely Arcanjo Ribeiro Zen, filha do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro; os servidores da Assembleia Legislativa Mario Edmundo Costa Marques e Carlinhos Bergamasco (já falecido); o desembargador aposentado José Ferreira Leite; e a gerente de Inteligência e Contra-Inteligência da Casa Militar, Claudia Rodrigues de Gusmão. Esta semana foi levantada a hipótese de que a juiza Selma Arruda também tenha sido alvo de grampos.

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Sandra Carvalho

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