Opinião

A FORÇA

Quero vagabundear. É isso que preciso fazer para encontrar um distanciamento adequado e precavido dos acontecimentos do entorno. Sério.

Olha para o chão e é a aventura de morar no Rio de Janeiro. Tá danado. É tiro para todo lado. Literalmente. Aqui, ali, lá e acolá.  

Olha para o céu e o que temos no horizonte? Esse imenso Brasil e suas inimagináveis e praticamente inenarráveis contradições.

Como driblar o estresse nosso de cada dia? Não, não dá mais para andar despreocupada, olhando a vida passar. Há perigo na esquina. Nessa mesmo. Na outra também.

Está na hora de vagar e bundear.

Na guerra, há que saber a hora de observar. A distância. Especialmente se os movimentos são tantos e tão inesperados que não há tempo hábil para uma análise aprofundada das causas e consequências dos fatos que se desenrolam aos borbotões.

Respirar fundo. Limpar o pensamento. Despir os pré-conceitos. Selecionar os ingredientes antes de picar, botar o conteúdo no liquidificador e tentar fazer algo saudável do mix incrementado. Tá difícil.

Tentei me mover para lá, não deu. Parti para outra opção. Está enrolado, amarrado. Mas vai sair.

Enquanto não sei para onde vou, nem quais das Valérias sairão para brincar por aí, a solução é ir mergulhando na sempre disponível (graças a Deus) imaginação. Sozinha ela já nos levava a qualquer lugar. Agora, com um computador e o mundo nas mãos, as possibilidades são infinitas.

Não que as coisas andem muito melhores nesse mundão de Deus. Com homem bomba se explodindo na entrada de show de cantora adolescente, precisa mais o que?

Botar a boca, como dizem os gaúchos. No mais claro sentido da expressão. E é isso que marca o calendário desse domingo carioca. Voltamos ao ponto de origem. Rio de Janeiro, cidade 40 graus…

A busca prossegue. Por favor, um vagabundear positivo, criativo para animar a crônica. E eis que do passado remoto (!) surge o fato redentor. Aquele que te tira do lugar e desloca para uma outra dimensão…  

Meninos eu vi. Morram de inveja. Passou diante dos meus olhos arregalados e sedentos das imagens futuristas que se desenrolavam na tela. Estive lá. Falo do lançamento de Star Wars há 40 anos atrás!

A vida vai passando e numa hora ou na outra as contas parecem ficar muito grandes. Sorte que sempre parece que foi ontem.

“Te conheço desde que cheguei em Cuiabá, fazendo uma matéria sobre garimpo!”

Ops, de 1984 para hoje lá se vão uns 33 anos, a idade de Cristo! Jesus me abana.

“Quando assisti minha primeira Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, a décima…” Putz, foi em 1980. Aí meu nem tão santo César Passarinho!

Entre essa época e o agora tem um monte de décadas de eventos e aventuras que se aproximam quando a gente tem o poder de “chamar” a imaginação. Algumas coisas fazem isso acontecer mais facilmente, profundamente.

Um exemplo? A trilha sonora de Star Wars, de John Williams. Quem tem uma saga para acompanhar na vida, sabe, nas primeiras notas, que pode ter a Força. E que sim, ela pode estar ao seu lado quando mais precisa e menos espera…

Eis o link para a viagem musical. Que a Força esteja com você! 

Valéria del Cueto

About Author

Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Ponta do Leme”, do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

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